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Vista Oil lança ações em NY com aposta em xisto de Vaca Muerta

26 jul 2019, 13:55 - atualizado em 26 jul 2019, 13:55
Os pontos fortes de Vaca Muerta são a qualidade do xisto e as oportunidades de expansão, disse Galuccio, ex-executivo da gigante petrolífera integrada YPF (Imagem: Bloomberg)

Investidores de xisto dos Estados Unidos, cansados da Bacia Permiana e da Formação Bakken, agora têm uma nova opção: a Patagônia.

A Vista Oil & Gas levantou US$ 92,5 milhões com uma oferta de ações, segundo comunicado da empresa. É a primeira listagem de ações nos EUA de um produtor focado exclusivamente em Vaca Muerta, no sul da Argentina, uma das maiores formações de xisto fora dos EUA.

“Os investidores gostaram de xisto nos EUA por um tempo, agora está um pouco em baixa”, disse o CEO Miguel Galuccio em entrevista à Bloomberg TV na sexta-feira. “Vaca Muerta está aqui para competir com o Permiano.”

A listagem em Nova York vai oferecer uma boa comparação sobre o desempenho entre a Vista e os produtores independentes dos EUA. Embora a produção de xisto americano tenha disparado nos últimos anos, os chamados “frackers” do país geralmente têm oferecido retorno decepcionante aos investidores em relação ao mercado de ações global. As ações da Vista no México são negociadas quase no mesmo preço pelo qual foram vendidas há dois anos. O índice S&P 500 Energy também mostra estabilidade no mesmo período.

A Vista é pioneira do fraturamento hidráulico em Vaca Muerta. Sua estreia em Nova York acontece dias depois do início da produção do segundo grupo de poços na região. As operações iniciais da empresa foram financiadas por meio de uma oferta pública no México em 2017.

Os pontos fortes de Vaca Muerta são a qualidade do xisto e as oportunidades de expansão, disse Galuccio, ex-executivo da gigante petrolífera integrada YPF, em outra entrevista.

Empresas estrangeiras estão inundando Vaca Muerta. No mês passado, a Exxon Mobil anunciou um plano de cinco anos para produzir na região, enquanto na quinta-feira a ConocoPhillips anunciou uma joint venture.

Mas, para todos os operadores de Vaca Muerta, há um elefante na sala: a política volátil da Argentina. O presidente pró-mercado Mauricio Macri, que encorajou o desenvolvimento de Vaca Muerta para ajudar a controlar um déficit no comércio de energia, tenta a reeleição em 27 de outubro contra Alberto Fernández, em meio a uma economia abalada.

Mas Galuccio acredita que Vaca Muerta vai além da divisão política e, seja qual for o vencedor, apoiará a nascente produção de xisto do país. Ele destaca como Cristina Kirchner, vice na chapa de Fernández, também perseguiu o sonho do xisto enquanto estava no poder em 2013, abrindo caminho para a parceria entre a Chevron e a YPF.

“Na Argentina, dificilmente concordamos sobre alguma coisa”, disse Galuccio. “No entanto, conseguimos criar um consenso sobre Vaca Muerta.”

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