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Vivo X Oi: qual é o poder de fogo da empresa de fibra óptica que a Vivo pode criar

29 jul 2020, 15:56 - atualizado em 29 jul 2020, 15:56
Pequena gigante: nova empresa da Vivo nasceria com 1,1 milhão de domicílios cobertos por rede de fibra óptica (Imagem: Instagram/Vivo)

Anunciada discretamente na manhã desta quarta-feira (29), enquanto os investidores digeriam os números do segundo trimestre também publicados hoje, a intenção da Vivo (VIVT4) de criar uma empresa de fibra óptica não passou em branco.

Nos primeiros relatórios sobre os resultados da companhia, os analistas também reservaram espaço para avaliar o potencial do projeto. A própria Vivo reservou algum tempo para mostrar os contornos gerais da nova companhia, durante a teleconferência com os analistas, algumas horas atrás.

A maior parte das informações está na página 11 da apresentação que acompanhou a conversa dos executivos com o mercado. Os números e as primeiras manifestações dos analistas indicam que, se seguir em frente, a Vivo tem tudo para ser uma pedra no sapato da Nova Oi (OIBR3).

Pedra no sapato

Não é segredo para ninguém, que a Oi pós-reestruturação será uma companhia de infraestrutura de telecomunicações, prestando serviços para operadoras. Um de seus ativos mais preciosos será, justamente, sua rede de fibra óptica.

Atualmente, a rede de fibra óptica da Vivo passa por 13,1 milhões de domicílios por todo o Brasil. O ritmo de expansão da malha vem acelerando. Somente no segundo trimestre, foram adicionados mais 1,3 milhão de domicílios em 30 novas cidades. A meta é encerrar 2020 com 14 milhões de unidades.

A nova empresa da Vivo, contudo, herdaria apenas uma parte desta estrutura. Segundo a apresentação aos analistas, a companhia nasceria com 1,1 milhão de residências alcançadas pela rede de fibra óptica (estimativa para 2020).

Oi OIBR3 Oi fibra
Haja fibra: após a reestruturação, Oi será provedora de banda larga, mas a Vivo pode incomodar (Imagem: Facebook/Oi)

A partir daí, o crescimento seria acelerado. Em 2022, a meta é alcançar 4,2 milhões de imóveis. Em 2024, seriam 5 milhões. Com isso, seu peso como fornecedora de infraestrutura para a própria Vivo aumentaria gradualmente.

Rapidez

Como a operadora de telefonia espera passar de 14 milhões para 24 milhões de domicílios alcançados por cabos de fibra óptica, a nova empresa começaria administrando 7,8% da malha total da Vivo, chegando a 21% em 2024.

Segundo a Vivo, a ideia é focar nas 200 principais cidades de médio porte fora do Estado de São Paulo. Na apresentação aos analistas, uma vantagem destacada deste modelo foi a baixa necessidade de investimentos.

“A Vivo gerencia o relacionamento com o cliente e remunera a nova entidade pelo uso de sua fibra”, lê-se na página 11 da apresentação.

Ideia valiosa

Entre os analistas, Luis Azevedo e Silvio Doria, do Banco Safra, foram os que mais se estenderam na análise do projeto – e saíram com uma visão positiva.

“Cremos que o projeto seria uma oportunidade de desbloquear valor, considerando os elevador múltiplos negociados das empresas de infraestrutura, versus as de telecomunicações”, afirmam.

Daniel Federle, Felipe Cheng e Juan Pablo Alba, do Credit Suisse, também gostaram da ideia. “Vemos [a notícia] como positiva e com potencial para gerar valor, na medida em que ajudaria a acelerar o desenvolvimento da fibra óptica e a promover uma estrutura de capital mais eficiente”, aponta o trio.

A recomendação do Credit Suisse é de compra para as ações da Vivo, com preço-alvo de R$ 61 para os próximos 12 meses. Já o Safra reafirmou a recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 56 para 2020.

Veja a apresentação da Vivo.

Veja o comunicado da Vivo.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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