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Woman Times: Mulher – Prazer, vou ensinar você investir!

06 ago 2020, 19:38 - atualizado em 06 ago 2020, 19:38
Dinheiro Finanças Mulher
“Afinal, quem nos ensina fazer dinheiro? Investir então, nem se fala! Fomos treinadas a cuidar da casa, de gente, investir nos outros” (Imagem: Unsplash/@kellysikkema)

Meus últimos 15 anos foram dedicados a entender e vivenciar na pele a crise de gênero no mercado de trabalho . Sou economista e educadora financeira. Semanalmente, estarei aqui para falarmos abertamente de independência. Ou você acha que pode ser livre sem tomar as rédeas de seu dinheiro?

Felizmente, há hoje, um interesse considerável entre as mulheres quando o assunto finanças vem à tona. Mas é tão raro se fazer entender, não é mesmo? Conhecemos uma linguagem chata, criada por engravatados prestes a ter um ataque de nervos.

Afinal, quem nos ensina fazer dinheiro? Investir então, nem se fala! Fomos treinadas a cuidar da casa, de gente, investir nos outros. Somos direcionadas por nossos pais desde pequenas escolher cursos nas áreas de humanas e desejar bons casamentos.
Ninguém nos ensina que podemos investir nas pessoas mas não podemos esperar nada delas.

Comecei meu trabalho com mulheres em 2005 quando criei o clube de investimentos Ella Invest. Mulheres que falavam de dinheiro e investiam na mesma medida. Nosso clube comprava ações de empresas que partilhavam de nossa filosofia de vida. Tínhamos sucesso em nossas escolhas, inclusive, sobrevivemos à crise de 2008 com solidez.

Fazíamos encontros mensais, falávamos sobre carreira e dinheiro enquanto nossos investimentos davam um duro danado. Além de mim, poucas sabiam o que esperar daqueles encontros, porém, falar de dinheiro, projetos e carreira nunca foi tabu em nossas conversas.

Mas como uma jovem de 20 anos poderia ser popular no mundo das finanças a ponto de reunir centenas de mulheres de variadas idades e classes sociais em torno de um tema tão “masculino”?

Educação Financeira leve e com resultado. Nessa época descobri que entender de dinheiro era apenas uma questão de mudar a linguagem tediosa por algo empolgante. Você não precisa de planilhas, nem tão pouco das especificidades do mercado; basta paciência, disciplina e automatização dos processos.

Francine Mendes
“Por todos os planejamentos financeiros que fiz, percebi que só independência emocional e financeira proporcionam poder de escolha” (Imagem: Divulgação)

Sim, complicaram, e isso afasta qualquer ser humano, principalmente, os que têm rotina tripla.

Porém, para investir é necessário antes conquistar dinheiro e convenhamos que é especialmente difícil às mulheres coordenar carreira, família equilibrar culpa, pressão social e expectativas. Minha carreira decolou até 2010 quando a maternidade me visitou. Eu superestimei minha força e precisei escolher entre desacelerar o ritmo profissional (pois meu casamento estava programado para isso) ou me afastar da minha carreira – culturalmente somos induzidas optar pela segunda alternativa e aí que mora o perigo.

Descobri, no entanto, o que “um tempo” sem planejamento em nossa vida profissional pode fazer às nossas finanças, sobretudo se ele vier acompanhado de uma separação. Como diz um ditado judaico: A gente faz planos Deus dá risadas. Não conhecemos a coragem até de fato precisar tê-la.

Alguns anos depois, com outro filho, mais bagagens e cicatrizes importantes, retornei ao mercado de trabalho. Oh, como é difícil conciliar carreiras, sobretudo com a de mãe – um misto de culpa, saudade e responsabilidade. Por isso, as estatísticas estão aí, 50% das mulheres perdem o emprego até 2 anos depois de retornarem de uma licença maternidade. As que se separam podem ter o padrão de vida reduzido próximo a 71%.

De cada dois casamentos, um acaba em divórcio. Dessas dores posso extrair uma deliciosa lição: Tenha sempre dois dinheiros, um para seu Eu presente e outro para seu Eu futuro. Por todos os planejamentos financeiros que fiz, percebi que só independência emocional e financeira proporcionam poder de escolha. Não ser um peso na vida de alguém já é grande coisa.

Mulheres gostam de dinheiro sim. De homens, umas gostam outras não. Vivemos em média 7 anos mais que eles. Apesar de tudo, ganhamos, em média, 23% menos.

Sua conta conta bancária está preparada para a realidade que você sonha? Uma coisa é certa, dá para driblar as estatísticas ao aprender a planejar nossa vida e cuidar do nosso dinheiro. Podemos administrar qualquer carreira com a de investidora. Só independência traz poder de decisão. Por conta disso, em 2019 criei o canal no YouTube MaryPoupe com a plataforma Genial Investimentos, para investir na construção da independência das mulheres. A partir de agora, estarei aqui para compartilhar experiências de como uma mulher pode aprender fazer e investir seu dinheiro.

Seja bem-vinda, independência dá poder. Invista como uma mulher!

Economista e especialista em educação financeira para mulheres
Francine Mendes é CEO da plataforma Elas Que Lucrem, educadora financeira para mulheres, economista pela Universidade Federal de Santa Catarina, com mestrado em psicoanálise e psicoterapia de consumo pela Universidade Kennedy. É colunista do site Money Times, colaboradora de economia no programa “Balanço Geral”, na RICTV, e sócia da Genial Investimentos. É ainda mãe da Lara e do Luca.
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Francine Mendes é CEO da plataforma Elas Que Lucrem, educadora financeira para mulheres, economista pela Universidade Federal de Santa Catarina, com mestrado em psicoanálise e psicoterapia de consumo pela Universidade Kennedy. É colunista do site Money Times, colaboradora de economia no programa “Balanço Geral”, na RICTV, e sócia da Genial Investimentos. É ainda mãe da Lara e do Luca.
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