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Etanol espera Petrobras (PETR4), enquanto “quebra” do açúcar põe Brasil como protagonista

13 set 2023, 16:14 - atualizado em 13 set 2023, 16:47
Cana-de-açúcar
Importantes produtores e exportadores de açúcar convivem com um cenário climático desfavorável, enquanto o Brasil conta com boas perspectivas (Imagem: REUTERS/Desmond Boylan)

Os preços do açúcar no mercado internacional se encontram em patamares elevados, acima de US$ 0,26, em meio a um cenário onde as últimas três safras internacionais (19/20, 20/21 e 21/22) apresentaram déficit.

Em 2021, as perdas produtivas foram concentradas no Brasil, enquanto que, na safra atual, a Índia convive com quebras.

“Vemos um mercado com dificuldade para realizar essa oferta, aguardando um aumento da produção para que os preços voltem a cair, mas isso não está acontecendo”, explica Marcelo Di Bonifácio, analista de açúcar e etanol  na StoneX.

Segundo Bonifácio, as expectativas para a safra 2023/2024, que começa em outubro, já indicam quebras na Tailândia e na Índia, importantes países produtores.

“Em meio a esse cenário, o Brasil assume o protagonismo na safra 23/24, com o Centro-Sul sendo o principal responsável por ofertar açúcar no mercado internacional. Já somos o principal exportador, mas devemos ser ainda mais protagonistas na próxima safra, com ótimas expectativas para a produção”, comenta.

Além disso, os dados de moagem da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) apontaram para um bom momento para a safra 2023/2024, com crescimento de 5,22% na segunda quinzena de agosto da safra 2023/24 no Centro-Sul do Brasil.

“O El Niño tem afetado muito o mercado asiático, com o mês de agosto sendo o pior mês em termos pluviométricos na Índia em 100 anos. No Brasil, principalmente no Centro-Sul, não houve esses impactos, com o mês passado ficando atrás apenas de julho como o melhor mês em termos de moagem para o setor”, diz.

Etanol

Para o etanol, o cenário é de estabilidade nos preços há três semanas, em função da oferta elevada do biocombustível.

“A demanda está crescendo, houve um bom volume de vendas em agosto, que deve se refletir na bomba no fim do mês, quando serão divulgados os dados de agosto. Isso aconteceu porque a paridade está baixa, estacionada em 62% em São Paulo. Com isso, devemos ver a demanda avançando nos próximos meses”, explica.

Por conta do período da entressafra, os estoques de etanol devem cair, o que pode resultar em uma pressão de alta dos preços no mercado doméstico.

“No entanto, o açúcar está pagando mais do que o etanol, o que não deve gerar grandes impactos, com a safra 24/25 maximizada para o lado do açúcar, em função do ‘gap’ entre os produtos. Assim, vai demorar para termos um momento onde o mix compense mais para o etanol”, pontua.

Petróleo deve ajudar o etanol?

No mercado internacional, os preços do petróleo também estão elevados, acima dos US$ 91 pelo barril do Brent.

Para a StoneX, a defasagem média dos preços da gasolina da Petrobras (PETR3;PETR4) em relação ao preço de paridade de importação é de R$ 0,23 por litro para a gasolina e de R$ 0,63 por litro para o diesel.

“Vimos semanas com os preços (paridade) acima e, apesar da demora, o governo ajustou os preços. Há sinalizações de novos ajustes, mas não há clareza sobre quando isso deve acontecer. Caso haja esse ajuste, isso deve ser bem positivo para o etanol em termos de preços, o que faria a paridade cair ainda mais “, explica.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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