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Americanas (AMER3) é campeã em desigualdade? Executivos eram beneficiados antes da fraude; entenda

16 jun 2023, 11:23 - atualizado em 16 jun 2023, 11:23
Americanas
Americanas: Especialista em governança corporativa diz que a varejista é “campeã de desigualdade” (Imagem: Bloomberg)

A desigualdade salarial na Americanas (AMER3) aumentou 70% (vs 2022) antes da fraude no balanço da varejista se tornar pública, conforme noticiou O Globo.

O portal destacou que, segundo informações enviadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a diferença na remuneração entre o CEO da empresa e os demais colaboradores ficou em 740 vezes – sendo a maior dentre as companhias brasileiras listadas na Bolsa de Valores (B3).

Além disso, a desproporção entre os salários é a maior que a média dos Estados Unidos, segundo o site. Em 2021, nos EUA, a remuneração média de um CEO foi 399 vezes maior do que a de um trabalhador médio.

Ainda no ano retrasado, as companhias não tinham obrigação de dizer ao mercado qual era a diferença salarial entre o topo e a base da organização. Contudo, na época, o especialista em governança corporativa Renato Chaves, fez as contas com base em informações públicas.

Em um estudo para a Fundação Getulio Vargas (FGV), Chaves chegou a marca de uma diferença de 431 vezes.

Americanas: Campeã em desigualdade?

O especialista pontuou que a Americanas sempre foi uma das “campeãs de desigualdade”, remunerando muito bem seus executivos, mas nem tanto os demais empregados. Segundo Chaves, essa relação foi piorando nos últimos tempos, visto que o executivos recebiam ainda, mais bônus, ações e remunerações variáveis.

A varejista gastou R$ 17,8 milhões em 2022, R$ 5 milhões a mais do que no anterior, segundo O Globo. O antigo CEO, Miguel Gutierrez, que comandou a empresa por 30 anos, hoje é acusado pela companhia de ser o responsável pela fraude, juntamente com outros diretores.

O executivo foi substituído por Sérgio Rial, que deixou a companhia logo após o escândalo. Vale lembrar que grandes expectativas se formaram ao redor da Americanas após o anúncio da chegada de Rial, que beneficiou as ações em altas expressivas na época.

Repórter
Graduanda em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá. Tem experiência cobrindo mercados, ações, investimentos, finanças, negócios, empreendedorismo, franquias, cultura e entretenimento. Ingressou no Money Times em 2021.
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Graduanda em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá. Tem experiência cobrindo mercados, ações, investimentos, finanças, negócios, empreendedorismo, franquias, cultura e entretenimento. Ingressou no Money Times em 2021.
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