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Americanas (AMER3) vs. Ambev (ABEV3): Por que um pouco de cautela não faz mal, segundo a Guide

23 jan 2023, 16:09 - atualizado em 23 jan 2023, 16:09
Ambev
Caso Americanas respinga em Ambev (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

O pânico do mercado com o caso da Americanas (AMER3) e seus mais de R$ 40 bilhões de dívidas que culminaram no pedido de recuperação judicial da companhia chegou a respingar em empresas listadas na Bolsa com alguma ligação com a varejista.

Algumas parecem ter se beneficiado da derrocada das ações da Americanas, como é o caso do Magazine Luiza (MGLU3), que saltou mais de 20% desde que a descoberta de inconsistências contábeis no balanço da rival veio à tona.

Outras, por sua vez, tiveram suas ações contagiadas pelo medo envolvendo a Americanas e seus controladores. Esse é o caso da Ambev (ABEV3), controlada pela 3G, cujos sócios são acionistas de referência da varejista.

A Guide Investimentos mapeou dois riscos que os investidores pareciam considerar:

  • os controladores venderem ações da Ambev; e
  • a Ambev ter o mesmo tipo de problema contábil que a Americanas.

Avaliando a situação, a corretora enxerga tais riscos como baixos para a Ambev. Sobre a possibilidade de os controladores venderem ações da cervejaria, a Guide lembra que a 3G tem diversos ativos, e se desfazer das ações da Ambev “não parece ser uma grande necessidade”.

Em relação a possíveis problemas contábeis no balanço da cervejaria, por ora, a Guide prefere adotar uma posição cautelosa, apesar de afirmar que “os resultados da Ambev têm sido mais robustos que os resultados da Americanas em diversos critérios”.

Outro ponto levantado pela Guide é o fluxo de caixa operacional elevado da Ambev, maior que o lucro ou Ebit (lucro antes de juros e impostos).

“Normalmente, o fluxo de caixa é mais difícil de ‘maquiar’ que medidas como lucro ou Ebit”, diz. “No caso da Americanas (e também do IRBIRBR3 – até 2019), o fluxo de caixa foi negativo a maior parte do tempo, apesar do Ebit ou lucro serem positivos em alguns momentos”.

Riscos baixos, mas cautela prevalece

Ambev JCP
Eventual revisão contábil nos balanços da cervejaria poderia ter um impacto muito grande nas ações (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A Guide sugere cautela em relação à Ambev. A instituição acredita que uma eventual revisão contábil nos balanços da cervejaria poderia ter um impacto muito grande nas ações.

Segundo a Guide, as contas da Ambev serão mais cuidadosamente avaliadas e, caso haja algo errado, é provável que se torne público em breve.

“Recomendamos aos investidores ter alguma proteção, particularmente nos próximos três a seis meses”, orienta.

Como forma de proteção, a Guide levanta a possibilidade de trocar as ações da Ambev por empresas similares, que são defensivas e têm margens elevadas. Alguns nomes citados pela corretora e que contam com essas características são: Assaí (ASAI3), Hypera (HYPE3) e Raia Drogasil (RADL3).

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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