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Americanas e Oi: Como a quebra de grandes empresas afeta a economia brasileira

05 fev 2023, 9:00 - atualizado em 03 fev 2023, 13:59
Americanas
O maior impacto é no quesito trabalhista: só a Americanas emprega 45 mil pessoas, e mais 60 mil indiretos. Ministro do Trabalho já se pronunciou sobre o caso. (Imagem: Bloomberg)

O ano começou com uma bomba no mercado varejista: a Americanas (AMER3) entrou em recuperação judicial após a descoberta de um rombo financeiro de R$ 20 bilhões. Agora, a Oi (OIBR4) entrou com um pedido proteção judicial contra credores um mês e meio após sair da recuperação judicial.

Mas não são apenas as empresas e acionistas os impactados quando grandes companhias quebram.

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“Para a economia é negativo você ter uma das maiores varejistas do país quebrando, exatamente porque ela tem o seu papel de importância no fluxo de capital do país como um todo”, aponta Heitor De Nicola, sócio e especialista de Renda Variável da Acqua Vero.

Ele destaca que companhias como a Americanas e a Oi fazem a economia girar com a venda de produtos e geração de empregos. E, por conta do tamanho, gera um efeito em cascata em toda a cadeia suprimentos.

Um fornecedor de médio porte que tem Americanas como seu principal cliente, por exemplo, perderá a maior parte do seu faturamento, precisará demitir funcionários e, dependendo da situação, pode quebrar junto.

Empregos em jogo

André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, reforça que o maior impacto é no mercado de trabalho. Só a Americanas emprega 45 mil pessoas, e mais 60 mil indiretos.

“Inclusive o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, fez duras críticas ao grupo controlador da empresa, citando até que o rombo ‘tem cheiro de fraude’. Isso tende a esquentar ainda mais as conversas para a solução da situação, pelo medo de 45 mil pessoas serem demitidas em caso de quebra”, afirma.

Fernandes destaca que além de demissões, sempre que uma grande empresa entra em um processo desse é ruim, pois freia investimentos e significa um canal a menos para gerar emprego, renda e atividade econômica.

Crédito empresarial

Os bancos também costumam ser os maiores credores dessas empresas – logo são quem acabam tendo que lidar com o maior prejuízo.

De uma forma resumida, o problema da Americanas foi com o risco sacado. Basicamente, a empresa antecipam o fluxo de pagamento por meio de das instituições financeiras, as instituições pagam as dívidas dos fornecedores e a companhia passa a dever para os bancos.

Esse é um mecanismo é comum no setor de varejo. Mas a quebra de uma grande varejista cria uma insegurança e desconfiança para o setor como um todo.

Com isso, os bancos podem endurecer a liberação de crédito para empresas, reduzindo os prazos e elevando os juros.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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