Taxa Selic

Banco Central não dá sinais de corte da Selic em breve; entenda falas de Campos Neto

30 mar 2023, 16:37 - atualizado em 30 mar 2023, 16:37
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Corte da Selic: Banco Central vê custo alto para combater a inflação, mas impacto seria muito pior em não fazer nada no longo prazo. (Imagem: Unsplash/ @ussamaazam)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, segue firme no combate à inflação e reforçou nesta quinta-feira (30) sua atuação técnica ao manter a taxa Selic a 13,75% ao ano, apesar das pressões do governo para redução de juros no curto prazo.

Durante coletiva de apresentação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), Campos Neto enfatizou o caráter técnico da autoridade monetária e que a mesma não deveria se envolver em questões políticas.

“Nosso trabalho é explicar por que existe autonomia e por que isso é importante para a sociedade”, completa.

Os comunicados do Banco Central desde a manutenção da taxa Selic conservam estrito comprometimento com a condução da política monetária.

“Acho que a ata do Copom, de certa forma, sempre tem dimensão técnica, de tentar explicar o que foi feito tecnicamente. E ela incorpora alguma correção, alguma explicação que precisava ser dada em relação às incertezas desde o comunicado”, afirmou.

Para Campos Neto, o custo de combate à inflação é alto, mas que sem ele seria ainda maior no longo prazo. E ainda é cedo para dizer se o novo arcabouço fiscal pode ajudar a ancorar as expectativas.

Queda da Selic

Na última ata do Copom, o BC ensaiou uma aproximação com o governo ao reforçar o “pedido de harmonia entre as políticas monetária e fiscal para reduzir distorções, diminuir a incerteza, facilitar o processo de desinflação e fomentar o pleno emprego ao longo do tempo”. Mas segue vigilante.

A autoridade monetária sinalizou nesta quinta-feira, que um risco negativo para a atividade econômica é uma desaceleração na concessão doméstica de crédito maior do que seria compatível com o atual estágio do ciclo de política monetária.

O Banco Central tem alguma preocupação com segmentos específicos de crédito. Campos Neto destacou as debêntures, monitoradas “com bastante cuidado”, e também o excedente sacado, produto ligado ao caso da Americanas (AMER3), que ele disse ter sofrido uma queda, mas que já está se recuperando.

Luís Menon, da Garde Asset, considera que as projeções elevadas no curto prazo indicam que barra para corte da Selic continua alta, em comentário divulgado pelo canal de notícias BDM. A expectativa de queda da Selic fica restrita para 2024, podendo ser antecipada, caso o arcabouço fiscal for crível.

(Com Reuters)

Repórter
Repórter de renda fixa do Money Times e Editor de agronegócio do Agro Times desde 2019. Antes foi Apurador de notícias e Pauteiro na Rede TV! Formado em Jornalismo pela Universidade Paulista (UNIP) e em English for Journalism pela University of Pennsylvania. Motivado por novos desafios e notícias que gerem valor para todos.
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