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Bitcoin atinge 90% da mineração total. Será que 2021 foi um bom ano para o ativo?

13 dez 2021, 18:52 - atualizado em 13 dez 2021, 18:52
Bitcoin BTC Pixabay
Em 2021, o “hash rate” do bitcoin atingiu recordes e subiu exponencialmente (Imagem: Pixabay/kevin92)

Hoje, o bitcoin (BTC) atingiu 90% de seu fornecimento máximo minerado, segundo os dados do blockchain. A oferta atual de bitcoins é de cerca de 18,899 milhões de Bitcoins, deixando pouco mais de 2 milhões para serem mineradas.

O fornecimento máximo é de 21 milhões de moedas, sendo algumas já perdidas por carteiras mortas de pessoas que perderam suas chaves privadas. Esse é um dos fatores que dá valor ao ativo, sua escassez.

Mas então, como foi o ano de 2021 no geral?

O ano começou com o bitcoin subindo, e fechando janeiro em U$ 33.300. Nesse meio tempo, o criptoativo percorreu um caminho longo de valorização até maio, quando a China decidiu banir transações em seu território.

Um dos motivos da volatilidade no preço do ativo, no segundo semestre do ano, foram os depoimentos de Elon Musk, CEO da Tesla, que ora criticava e ora exaltava o ativo.

Somente em julho, o bitcoin começou a caminhar para uma segunda grande valorização de 2021.

No terceiro trimestre, começou uma corrida de investidores institucionais para lançar um fundo de índice de bitcoin. Foi em meados de outubro que o mercado ficou mais otimista, por causa do rumor sobre a possível aprovação de um fundo de índice americano em bitcoin futuros.

Em 15 de outubro, a SEC (equivalente americana à nossa CVM) emitiu um prospecto emendado pós-efetivo que preparava a aprovação do primeiro fundo de Bitcoins futuros negociado em Bolsa dos Estados Unidos, criado pela gestora ProShares. O fundo começou a ser negociado na semana seguinte, no dia 19.

Apoiado no otimismo dos investidores e na alavancagem, o criptoativo bateu duas vezes consecutivas sua máxima histórica. No dia 20 de outubro, foi negociado acima de U$ 66 mil, e renovou para U$ 68.700 na primeira semana de novembro.

O criptoativo, contudo, caminha para fechar o ano em queda, devido a fatores como o excesso de alavancagem, regulamentação das stablecoins, a nova variante ômicron do coronavírus e a SEC ter recusado um fundo de índice de bitcoin em “spot”.

Gráfico do Bitcoin no período de um ano (Imagem: CoinMarketCap/Reprodução)

Atualizações do bitcoin

Neste ano, aconteceu a maior atualização do bitcoin desde 2017, sua atualização Taproot.

A atualização não impactou o preço do ativo a curto prazo, mas promete destravar muito valor, do ponto de vista de sua rede.

A Taproot foi implementada no dia 14 de novembro, quando o blockchain do Bitcoin chegou ao bloco de número 709.632.

O bloco foi emitido e minerado pela F2Pool. A mineração do bloco ativou a primeira grande atualização do código da rede, desde a “Testemunha Segregada” (“Segregated Witness” ou “SegWit”, em inglês) em 2017.

Hash rate, escassez nas corretoras

O bitcoin utiliza o algoritmo de consenso de prova de trabalho, ou proof-of-work. Dito isso, sua mineração exige um grande poder computacional.

A dificuldade de mineração é chamada de “hash rate”, e é ajustada de acordo com a rede. O ajuste de dificuldade é feito conforme a quantidade de mineradores ativos e de bitcoins que restam ser minerados.

O “hash rate” é uma das características que é usada pelos analistas para avaliar o valor de um criptoativo, em especial do bitcoin. Na teoria, quanto maior sua dificuldade, maior sua demanda.

Em 2021, o “hash rate” do bitcoin atingiu recordes e subiu exponencialmente, algo que, para alguns analistas, indica que sua escassez é crescente acarretando, por tabela, uma possível valorização.

Hash rate do bitcoin em 2021 (Imagem: Blockchain.com/Reprodução)

Outro fator que chamou a atenção dos especialistas foi sua escassez em corretoras, e aumento de bitcoins em carteiras virtuais. É um fator que tenta deduzir a quantidade de “holders”, ou seja, de pessoas que compram e seguram o ativo a longo prazo.

O modelo de análise, chamado “stock to flow”, tenta prever o preço do ativo de acordo com o estoque total de um ativo, dividindo esse valor por sua produção anual.

Bitcoin e El Salvador

Um acontecimento importantíssimo, que colaborou com a popularização do bitcoin, foi a decisão de El Salvador em adotá-la como moeda oficial.

Após a decisão, tomada em setembro, o presidente Nayib Bukele comprou diversas vezes o criptoativo, quando estava em baixa. O governo ofereceu suporte e criou uma carteira própria para a população, a Chiva.

No final de novembro, aconteceu a maior convenção de bitcoin do mundo, que aconteceu no país, o “La Bitconf”.

No evento, foi feito o anúncio da construção da “Bitcoin City”, uma cidade livre de impostos construída em El Salvador e financiada por títulos lastreados em bitcoin.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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