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BofA vê carne bovina enviada à China em US$ 5 até maio, com risco de alta; saiba em qual ação investir

31 mar 2023, 15:12 - atualizado em 31 mar 2023, 15:12
Exportações carne bovina
Papel recomendado deve se beneficiar de custos favoráveis devido ao ciclo positivo do gado e uma maior demanda chinesa por carne bovina (Imagem: REUTERS/Mike Segar)

Na semana passada, Brasil e China retomaram as exportações da carne bovina brasileira com destino ao país asiático após 1 mês de autoembargo nacional em função de um caso atípico de mal da vaca louca.

Em função disso, o Bank of America (BofA) espera que os embarques retomem os níveis normais em dois ou três meses, já que o Brasil é o único país capaz de acompanhar a demanda chinesa.

Em setembro de 2021, os embarques foram bloqueados devido a um caso de mal da vaca louca, demoraram 4 meses para as exportações serem permitidas e 2 meses para estabilizaram.

Dessa vez, o embargo durou a apenas um mês, com isso, a expectativa do banco é que os volumes se recuperem em abril e estabilizem de maio em diante.

Ação recomendada

Na visão do BofA, os preços de exportação do Brasil devem se manter baixos até o começo/metade de maio, quando a China deve concentrar suas compras no segundo semestre para atender a demanda.

Assim, o banco mantém sua recomendação de compra para Minerva (BEEF3), já que a empresa deve se beneficiar de custos favoráveis devido ao ciclo positivo do gado e uma maior demanda chinesa na segunda metade do ano, o que resultará em uma expansão nas margens da empresa.

Em 2021, quando houve o bloqueio da carne brasileira, a China não foi capaz de atender sua demanda interna com a importação da proteína vinda de outros países.

Dessa forma, em janeiro de 2022, as importações do país asiático totalizaram 154 mil toneladas contra 210 mil toneladas registradas em dezembro de 2021. As exportações do Brasil zeraram naquele mês, contra 60 mil mês antes do embargo.

No quarto trimestre de 2022 (4T22), o Brasil estava exportando cerca de 105 mil toneladas por mês a China, e em fevereiro, esse volume caiu para 88 mil toneladas.

Similarmente ao que aconteceu em 2021, a demanda chinesa não foi atendida por outros países, resultando em estoques mais esvaziados no mercado chinês.

Importações da China em 2023

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) espera que as importações de carne bovina cresça 2% ano a ano em 2023. No acumulado do ano, as importações cresceram 36% até fevereiro, já que volumes significativos já haviam sido enviados antes do embargo.

Para alcançar as estimativas do USDA, a China teria de importar 200 mil toneladas de carne bovina por mês, até o fim do ano, no entanto, o BofA acredita que esse cenário será desigual.

Segundo o banco, as importações em abril e maio devem se manter, devido ao embargo, o que significa que as importações devem totalizar 260 mil toneladas por mês a partir de maio.

Com esse cenário, o BofA acredita que os preços da carne bovina com destino a China devem ficar em torno de US$ 5/kg até maio, com risco de ganhos acima do esperado partir disso (upside risk).

Na última vez que o país estava importando mais de 250 mil toneladas por mês, os preços estavam perto de US$ 7/kg, quase 50% mais caros que os preços atuais.

Por outro lado, o ciclo do gado brasileiro está avançando e isso pode resultar em uma oferta maior, fazendo com que os preços atinjam esse patamar, mas acreditamos que a tendência deve ser positiva.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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