Internacional

Bullard diz que vê aumento dos juros em 2022 com base em projeção de inflação mais alta

18 jun 2021, 9:58 - atualizado em 18 jun 2021, 11:30
James Bullard
“Esperávamos um ano bom, uma boa reabertura, mas este é um ano maior do que esperávamos” disse James Bullard (Imagem: REUTERS/Edgar Su/File Photo)

O presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, disse nesta sexta-feira que a mudança do banco central dos Estados Unidos nesta semana em direção a um aperto mais rápido da política monetária é uma resposta “natural” ao crescimento econômico e, em particular, à inflação, que vem se movendo mais rápido do que o esperado com a reabertura da economia.

Em entrevista à CNBC, Bullard disse que estava entre as sete autoridades do Fed que esperam que medidas mais agressivas, com os aumentos dos juros começando ano que vem, contenham a inflação que ele acredita que se provará ser mais persistente do que seus colegas esperam.

Novas projeções econômicas divulgadas na quarta-feira pelo Fed após uma reunião de dois dias mostraram que um núcleo de 13 das 18 autoridades prevêem que um aumento dos juros provavelmente será necessário até o final de 2023, uma surpresa para muitos investidores e analistas.

Mas com a pandemia “chegando ao fim”, disse Bullard, uma mudança para políticas monetárias fora de um cenário de crise é normal.

“Esperávamos um ano bom, uma boa reabertura, mas este é um ano maior do que esperávamos, mais inflação do que esperávamos e acho natural que tenhamos nos inclinado para um pouco mais ‘hawkish’ aqui para conter as pressões inflacionárias”, disse Bullard à CNBC.

Na quarta-feira, o Fed surpreendeu os investidores ao antecipar dois aumentos de 0,25 ponto percentual dos juros em 2023.

“Eu coloco o início no fim de 2022”, disse Bullard, para controlar a inflação que ele disse que chegará a 3% neste ano, excluindo o efeito dos voláteis custos de alimentos e energia, e permanecerá em 2,5% até 2022, excedendo a meta formal de 2% do Fed.

Os comentários de Bullard abrem o que provavelmente será um período intenso de esforços do Fed para falar com o público e os mercados globalmente sobre a mudança do banco central para uma política monetária pós-pandemia.

A conversa sobre a mudança da política monetária começou na quarta-feira com a abertura do que Bullard disse ser um debate “saudável” em várias reuniões sobre como e quando reduzir os 120 bilhões de dólares do Fed em compras mensais de títulos emitidos pelo Tesouro e títulos lastreados em hipotecas (MBS).

Bullard também sinalizou um resultado potencialmente “hawkish”, dizendo que o Fed deve considerar abandonar primeiro suas compras de títulos lastreados em hipotecas, e ser “ágil” o suficiente para acelerar ou desacelerar o ritmo mensal de compras com base em como a economia se comporta.

(Atualizada às 11h30)

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