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Casa de leilões Phillips vende NFT “autorreplicável” por US$ 3,4 milhões

23 abr 2021, 14:22 - atualizado em 23 abr 2021, 14:22
Diferente de outros NFTs, REPLICATOR conta “a história de uma máquina ao longo do tempo” (Imagem: Phillips)

A grande casa de leilões Phillips vendeu um token não fungível (NFT) “autorreplicável” por U$ 3,4 milhões.

O NFT, chamado “REPLICATOR”, foi criado pelo artista digital Michah Dowbak, também conhecido como Mad Dog Jones. A obra marca a primeira venda de um NFT leiloado da casa de leilões.

Em meio a todo o recente hype em torno de NFTs, REPLICATOR é ainda mais raro do que outros colecionáveis digitais e únicos por conta de sua natureza.

Visualmente, o NFT possui a imagem de uma fotocopiadora em um escritório no centro de Los Angeles. Porém, tecnicamente, as coisas são um pouco mais complicadas.

REPLICATOR é basicamente um contrato autônomo (ou “smart contract”) personalizado no blockchain Ethereum, desenvolvido com o padrão ERC-721. Em outras palavras, esse tipo de token é único e pode ter um valor diferente de outro token no mesmo contrato autônomo.

A obra foi desenvolvida para criar NFTs novos e únicos ao longo do próximo ano.

Toda a lógica de replicação foi codificada no contrato: funções de probabilidade, cronometragem da replicação, regras de governança, número de gerações e, até mesmo, uma probabilidade de “congestionamentos”, que poderiam interromper a geração de mais replicações do NFT.

Dowback afirma ter criado REPLICATOR para tentar descobrir um novo terreno no setor de NFTs.

“Eu gostava da ideia de criar algo que tivesse uma vida posterior do que apenas o lançamento inicial, me dando a chance de contar uma história maior”, disse ele, em uma declaração compartilhada com o The Block.

“Quando a ideia de replicar um NFT surgiu, levou um tempo para encontrar um tema principal que parecesse atrativo. Logo que a ideia de uma fotocopiadora veio à minha mente, eu sabia que era perfeita: a história de uma máquina ao longo do tempo.”

Segundo Rebekah Bowling, especialista do departamento de Arte Contemporânea e do Século XX da Phillips, a parte mais interessante do REPLICATOR é a forma como depende da tecnologia para fazer o que ela deve fazer.

“É um uso bacana da tecnologia e um objeto artístico realmente interessante. Sua forma e meio têm uma relação significativa”, disse ela.

Quando perguntada se Phillips deseja vender mais NFTs, Bowling disse que a casa de leilões espera trabalhar com artistas que já possuem uma presença, bem como aqueles que estão explorando o setor de forma interessante.

Bowling também abordou algumas críticas que NFTs estão recebendo nas últimas semanas.

“[NFTs] que irão durar são conceitualmente concisos e interessantes”, disse ela.

“Embora exista certa especulação, as possibilidades que essa tecnologia está oferecendo, principalmente a artistas nativamente digitais ou a artistas que antes não tiveram uma forma de comercializar seu trabalho. Para eles, isso pode ser transformador.”

Dowbak não espera criar outro NFT autorreplicável, considerando o REPLICATOR como uma “ideia autossuficiente” que precisa de “seu próprio destaque e de sua própria jornada”.

“O que torna o REPLICATOR especial, diferente do novo terreno que está desbravando, é que seu caminho é desconhecido”, disse ele.

“Adoro o conceito de arte não determinística. A recompensa e o drama desconhecidos que irão se desdobrar serão uma experiência completamente nova para colecionadores e espectadores.”

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