AgroTimes

Céu de brigadeiro para o concorrente do Embraer: Air Tractor já voa a jato sobre o agro de 2022

30 jul 2021, 16:00 - atualizado em 02 ago 2021, 7:20

Aviação Agrícola

Não há nada no radar da aviação agrícola que indique qualquer ameaça à liderança do Ipanema, da Embraer (EMBR3), mesmo a longuíssimo prazo. O próprio concorrente admite isso. Mas tanto como o céu não tem limite, a Air Tractor também não vê pista curta para seus modelos no Brasil.

O avião americano já tem pedidos em carteira para 2022. Para este ano, não há mais nada para entrega.  A menos que algum representante mundo afora tenha alguma desistência de cliente e repasse para a Aeroglobo, um dos três agentes da fabricante na América do Sul.

O que vem estimulando a participação do Air Tractor nos ares sobre as principais lavouras brasileiras são suas configurações, em maior capacidade de carga líquida, portanto mais propícios para a pulverização de grandes áreas, explica o sócio-proprietário da Aeroglobo, Luiz Fabiano Zucarelli Cunha, baseada em Botucatu (SP).

Dito isso, enquanto com o Ipanema se necessita de mais passagens, com os Air Tractor não. Desse modo, segue o dealer, customiza a elevação dos gastos com combustíveis, para o proprietário, ou do aluguel da aeronave, quando tem uma empresa de aviação agrícola prestando o serviço.

Um exemplo cada vez mais presente é o caso do algodão, que pela natureza da cultura exige entre 10 e 12 passagens sobre as mesmas áreas com defensivos, além de outras com o perfil de uso cada vez mais intensificado em adubação foliar, diz Thiago Magalhães, presidente do Sindag, o sindicato que representa as empresas de aviação agrícola.

Nas estatísticas da entidade, em 2020 o Brasil fechou com 2.352 aeronaves registradas, em alta de 3,16% sobre o ano anterior. Para este ano, se prevê 100 a 110 novas, em torno de 4,5% a mais.

Se há céu de brigadeiro para todo o setor, há também para a Air Tractor.

Cunha, que já foi da Embraer por mais de duas décadas, tendo participado do desenvolvimento do Ipanema, acredita que 30% é share da marca. Os três representantes juntos, incluindo o da Argentina, devem ter vendidos 60 modelos no Brasil em 2021.

A terceira marca player da aeronáutica agrícola é a também americana Thrush Aircraft, inclusive a mais antiga, mas de participação muito pequena no Brasil.

Aviação Agrícola

O diretor da Aeroglobo, que também presta serviços de manutenção e treinamento, não tem sentido as pressões dos dois terrores da aviação em geral. A valorização do dólar e do combustível.

No caso do câmbio, a empresa voou alto este ano, com o dólar acima de R$ 5, porque também os principais clientes da agricultura comoditizada tem ganhos dolarizados, além da proverbial expansão das mais exigentes lavouras em pulverização aérea. A soja é líder, como acontece em todos os elos das cadeias da agricultura.

Em relação ao combustível de aviação – e aí, sim, entra a vantagem do Ipanema movido a etanol -, sujeito à volatilidade de alta do petróleo, Luiz Fabiano Cunha volta a destacar a capacidade de carga dos modelos que vende, eliminando várias passagens.

Vale lembrar que as empresas prestadoras de serviços contam com um Indicador de Inflação da Aviação Agrícola, do Sindag, onde o custo de energia é o principal item. Mas, independente de ser Air Tractor ou outra marca, Thiago Magalhães, o presidente do Sindicato e proprietário da Tangará Aeroagrícola, salienta o custo benefício sobre o uso de tratores.

Uma máquina terceirizada custa o aluguel médio de R$ 70 por hectare, enquanto o avião terceirizado fica em R$ 40, segundo ele.

No cômputo geral, os modelos Air Tractor, que vão de US$ 935 mil a mais de US$ 2 milhões, se pagam, garante o empresário da Aeroglobo.

Por isso o crescimento é visto com destaque para os próximos dois anos, “salvo emoções fiscais e políticas”.

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual – toda semana, com curadoria do Money Picks

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar