Inteligência Artificial

ChatGPT eleva alerta de risco geopolítico vindo da Inteligência Artificial, diz Eurasia

25 jan 2023, 16:57 - atualizado em 25 jan 2023, 16:57
Trabalho
Eurasia alerta para os riscos gerados pela Inteligência Artificial (AI), com capacidade de influenciar governos e a sociedade civil (Imagem: Christina @ wocintechchat.com/Unsplash)

O ChatGPT é a sensação do momento. Em apenas dois meses, o programa de Inteligência Artificial (AI, na sigla em inglês) conquistou usuários em todo o mundo por seus textos realista. Porém, para o Eurasia Group, o frenesi criado em torno do chatbot da OpenAI acende o sinal amarelo.

No começo do ano, a consultoria norte-americana enumerou os dez principais riscos geopolíticos de 2023. E o avanço da tecnologia está como Top 3 da lista. Afinal, por que a inteligência artificial é um risco geopolítico?

Para o grupo liderado pelo cientista político Ian Bremmer, o potencial criado pela Inteligência Artificial tem capacidade de influenciar pessoas e a sociedade civil. Com isso, o risco é a AI ser usada com um viés político, por autocratas, demagogos e populistas. 

“A AI tem o potencial de perturbar o equilíbrio de poder entre as nações; pode ser usada para criar novas armas, automatizar a produção e aumentar as capacidades de vigilância, o que pode dar a certos países uma vantagem sobre outros”, afirma o Eurasia no boletim informativo (newsletter) Signal. 

Além disso, a AI também pode ser usada para manipular a opinião pública e interferir nas eleições. Tudo isso pode desestabilizar governos e levar a conflitos.

Mas quão grande é a ameaça da AI à democracia? “Bem, os bots (ainda) não podem se intrometer nas eleições ou vender notícias falsas para influenciar a opinião pública por conta própria”, explica o analista sênior da consultoria Carlos Santamaria, na newsletter.

Porém, a AI também pode atrapalhar a política, fazendo com que os bots façam coisas que apenas os humanos deveriam. “Automatizar o processo de tomada de decisão política pode levar a resultados tendenciosos e ao potencial de abuso de poder”, explica Santamaria, citando um chatbot.

Assim, quanto mais inteligente a AI conseguir propagar mentiras nas redes sociais, e quanto mais difundido for o uso político, mais perigosa a AI se torna. “Quando for comprovado que o conteúdo viral é falso, já pode ser tarde demais”, completa Santamaria.

Chatbot e Eurásia discutem os riscos

Então, o que os governos democráticos podem fazer? “Os governos podem proteger a democracia da inteligência artificial regulando o uso da AI, garantindo que ela seja usada de forma ética e responsável”, afirma o bot. 

“Isso pode incluir o estabelecimento de padrões para coleta e uso de dados, além de garantir que a IA não seja usada para manipular ou influenciar a opinião pública”, acrescenta.

Porém, como ressalta o relatório do Eurasia Group, isso é o que acontece com as tecnologias revolucionárias, desde a imprensa até a fissão nuclear e a internet. “Ou seja, seu poder de impulsionar o progresso humano é igualado por sua capacidade de amplificar as tendências mais destrutivas da humanidade”, ressalta o analista do grupo.

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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