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Coamo gasta 16% menos diesel para levar farelo de soja ao porto em teste de caminhão

14 abr 2022, 13:58 - atualizado em 14 abr 2022, 13:58
Diesel
O caminhão é o primeiro protótipo construído no Brasil para a realidade do transporte brasileiro, fortemente focado no modal rodoviário (Imagem: Reuters/Andrew Kelly)

Um caminhão testado exclusivamente pela Coamo Agroindustrial gastou 16% menos diesel do que um veículo convencional para levar farelo de soja até o porto de Paranaguá, disse um diretor da maior cooperativa agrícola do Brasil à Reuters.

Para realizar o trajeto de cerca de 550 km até o porto a partir de Campo Mourão (PR), onde está a sede da cooperativa, o veículo Volvo FH 6×4 rodotrem gastou cerca de 310 litros de diesel, versus 370 litros de um caminhão tradicional, revelou o diretor de Logística e Operações da Coamo, Edenilson Carlos de Oliveira.

“Na primeira viagem, teve redução de 16% no trajeto Campo Mourão-Paranaguá, chamou muita atenção a performance do caminhão”, destacou ele, lembrando que os testes serão realizados ao longo de seis semanas, com o mesmo caminhoneiro, fator importante na comparação dos resultados com o desempenho de um veículo convencional.

A economia de combustível em tempos de preços em disparada é fator importante para o custo do frete, item fundamental em um negócio que movimenta grandes volumes, mas em geral trabalha com margens relativamente pequenas.

O caminhão é o primeiro protótipo construído no Brasil para a realidade do transporte brasileiro, fortemente focado no modal rodoviário, segundo a Coamo, ressaltando que o veículo é “verdadeiro laboratório sobre rodas”.

O diretor citou também as vantagens ambientais que tal veículo pode oferecer.

“Quem consegue reduzir o custo, melhora muito, mas outra coisa fundamental é a questão ambiental. Se estou com um produto mais eficiente energeticamente, mais eficiente para transporte o mesmo volume, melhora muito em termos de emissões”, ressaltou.

Segundo o executivo da Coamo, além do diferencial do motor, o veículo tem uma aerodinâmica avançada para diminuir o impacto do vento, assim como a carroceria é de alumínio, para ser mais leve.

“Deu 300 kg a menos (o peso do caminhão-conceito) em relação a um caminhão novo, isso propicia um ganho na carga”, disse Oliveira, considerando também ser este um fator importante para o consumo de combustível.

O veículo testado é equipado com carroceria Randon de alumínio, entre outras inovações, incluindo componentes hidráulicos da Hyva e pneus da Continental.

“Tem muitos segredos, não posso abrir o motor… O veículo conta com pneus com banda um pouco mais larga, mas a composição é ‘single’, não dupla, resultando em menor atrito”, disse Oliveira.

O rodotrem, que leva 48,5 toneladas de farelo de soja até o porto e traz fertilizantes importado na volta para Campo Mourão, está entrando já na terceira semana de testes.

Segundo o diretor, a Coamo tem apenas um contrato de confidencialidade sobre os testes com as fabricantes envolvidas no projeto, mas não há nenhum termo que garanta preferência na compra do veículo, a partir do momento que este eventualmente seja lançado no mercado.

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