Boi

Com o spot Cepea longe do boi ‘real’ de R$ 200, os futuros estão sem ímpeto

06 fev 2020, 15:21 - atualizado em 06 fev 2020, 15:22
Boi está perseguindo preços melhores, mas os futuros ainda não reagiram a altura, segundo o mercado (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O boi em São Paulo está bastante fechado em R$ 200,00 nos últimos dias, na média de referências de negócios e agora já também para lotes pequenos, segundo várias fontes. Já o indicador Cepea/Esalq tem ainda R$ 8,00 para convergir, ao menos pelo fechamento de ontem.

Daí que poderia estar vindo a trava na B3, na visão de alguns agentes. O levantamento do spot pela instituição baliza os futuros.

Para Gustavo Figueiredo, da consultoria AgroAgility, o “indicador (Cepea) está fora da realidade, o que tira o ímpeto do mercado futuro”.

Apenas o maio está nos R$ 200,00 e pouquinho nesta quinta (6), ainda que traga variações de 1,5% positivos nos dois últimos pregões. É o contrato mais líquido – 3.351 em abertos na quarta – depois do mais curto deste mês.

Figueiredo sustenta que a realidade do mercado físico está consolidada com a melhora de fevereiro e que começou a ser sentida na última semana de janeiro. Oferta baixa de animais e “estoques auto-regulados” com a demanda interna mais firme e superior ao disponível.

“Sim, deve haver negócios bem abaixo do indicador, como também acima, mas a mediana de R$ 200/@ já é fato”, diz.

Ele exemplifica com negócio realizado por um de seus clientes a esse valor e “lote pequeno, de 200 cabeças”.

Mais real o indicador se estivesse ao menos no piso mínimo entre esse R$ 195 e o que o mercado está pagando, de acordo com o analista da AgroAgility.

Gustavo Resende Machado, da Agrifatto, concorda que a discrepância de mercado concorre para inibir a movimentação do derivativo em bolsa.

E completa: “Sobre o indicador, me chama atenção os mesmos preços máximos nos últimos três fechamentos e praticamente a mesma coisa no levantamento dos preços mínimos”.

China

A ausência do principal comprador, a China, não é fundamento a falta de arranque na B3. Para o analista da AgroAgility, ‘A expectativa já está nos meses futuros. Os futuros sobem mais que o mês presente devido à expectativa da China retornar (às compras) de março/abril em diante”.

Se os embarques para os chineses estivessem se normalizando, os R$ 200 do físico já teria ficado para trás, é o pensamento do mercado.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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