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Como navegar o cenário atual do petróleo no Brasil? Nova ação favorita do BTG pode ser a resposta

09 mar 2023, 16:43 - atualizado em 09 mar 2023, 16:46
PRIO, Campo de Frade, PetroRio PRIO
Entre as petroleiras júniores, PRIO deve sentir impacto relevante dos impostos anunciados pelo governo (Imagem: Divulgação/PRIO)

O BTG Pactual está com uma nova ação top pick entre as petroleiras. O banco atualizou suas estimativas para as empresas diante da repercussão de duas medidas relevantes para o setor de óleo e gás anunciadas pelo governo: a retomada parcial dos impostos federais sobre os combustíveis e a taxação de exportação de petróleo cru.

Analistas da instituição avaliam que as últimas decisões do governo envolvendo o setor aumentaram significativamente a percepção de risco para as companhias, incluindo as petroleiras júniores – embora a preferência do BTG ainda seja pelas empresas menores em vez de Petrobras (PETR4).

Entre as júniores, a PRIO (PRIO3) deve sentir impacto relevante, visto que a companhia exporta sua produção. A taxação de petróleo exportado pode virar uma grande ameaça caso dure mais que o período de quatro meses anunciado pelo governo, levando a uma queda anual no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 12%.

“A potencial perpetuidade de uma taxação de exportação é uma ameaça significativa para os resultados da PRIO e pode reduzir o apetite da administração para novos M&As (fusões e aquisições) e/ou recompras mais agressivas, além de prevenir um re-rating mais rápido”, dizem os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte, em relatório publicado nesta semana.

Por ora, o BTG trabalha com um cenário em que a taxação expirará em quatro meses, sem ser estendida, visto que prolongar a medida provisória exigiria a aprovação de uma nova lei.

“Acreditamos que é improvável, já que esperamos uma forte resistência dos membros do Congresso, bem como de setores agrícolas e de mineração”, afirmam Soares e Duarte.

“Esses setores têm um papel importante no PIB do Brasil, e antecipamos que eles vão se esforçar para impedir a instituição de tal precedente”, completam.

A recomendação de compra foi reiterada para PRIO, com novo preço-alvo de R$ 54.

A 3R Petroleum (RRRP3) também tem recomendação de compra pelo BTG, que enxerga na ação a melhor assimetria dentro do setor, após queda recente com as medidas do governo.

Vale lembrar que os papéis da companhia foram pressionados pela possibilidade de que o acordo para a aquisição do polo Potiguar seja cancelado, após o Ministério de Minas e Energia (MME) solicitar à Petrobras a paralisação dos processos de venda de ativos em curso pelo prazo de 90 dias.

O BTG tem preço-alvo de R$ 85 para RRRP3. Em caso de cancelamento do acordo de Potiguar, o valor cairia para R$ 73, o que ainda ofereceria um bom potencial de valorização, avalia o banco.

Minimizando a exposição

PetroReconcavo
Ação da PetroReconcavo virou top pick do BTG (Imagem: PetroReconcavo)

Para o investidor que procura reduzir exposição às recentes medidas políticas para o setor, o BTG acredita que a PetroReconcavo (RECV3) é a melhor opção devido ao risco de downside (queda) limitado para os resultados.

Com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 43, a ação da PetroReconcavo virou top pick do banco. Analistas enxergam o ativo como a opção mais segura no cenário atual, apesar do potencial de valorização menor em relação a PRIO e 3R Petroleum em caso de retirada dos impostos de exportação e conclusão do acordo de Potiguar.

“Atualmente, a companhia tem cerca de 40% de sua receita atreladas ao mercado de gás e vende 100% de seu óleo no mercado doméstico, com vários contratos de venda em vigor até 2026”, destacam Soares e Duarte sobre a PetroReconcavo.

Outro ponto levantado pelos analistas é que o mercado não estava considerando o acordo envolvendo o polo Bahia Terra. Portanto, as ações da empresa não devem sentir impacto negativo com uma potencial suspensão da venda de ativos da Petrobras.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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