Política

Congresso dividido ainda é risco para reformas no Brasil, alerta Moody’s

29 out 2018, 13:39 - atualizado em 29 out 2018, 13:39
(Agência Senado)

Por Arena do Pavini – Embora a eleição de Jair Bolsonaro como próximo presidente do Brasil deva melhorar o sentimento dos investidores e reduzir a volatilidade cambial, um Congresso fragmentado ainda representa um risco para as reformas, afirma a agência de classificação de risco americana Moody’s Investors Service. Em relatório, a agência avalia que os detalhes da política econômica da nova administração ainda não estão claros e precisam ser conhecidos, uma vez que o gasto fiscal, a reforma da Previdência e o apoio político no Congresso serão desafios para 2019 e além.

Dúvidas sobre apoio no Congresso

Apesar de Bolsonaro não ter articulado integralmente a sua agenda para a política econômica, os investidores têm a percepção de que ele provavelmente buscará políticas pró-mercado, beneficiando vários setores da economia, afirma a vice-presidente da Moody´s Samar Maziad. “Embora esperemos uma continuidade das políticas públicas, a capacidade de construir apoio no Congresso para aprovação das reformas fiscais ainda não foi testada”. avalia.

O governo Bolsonaro provavelmente enfrentará obstáculos ao lidar com um Congresso fragmentado em diversos partidos, diz a Moody’s. A retórica de campanha do presidente eleito sugere que ele pode confrontar o modo de funcionamento das instituições brasileiras, criando, consequentemente, ruído político no processo. A capacidade de sustentar o momento político favorável e o apoio do Congresso ainda precisam ser comprovados, avalia a Moody’s.

Melhora da economia e das empresas beneficiará bancos e crédito

Mas, mesmo assim, a recuperação da confiança do investidor deve sustentar uma recuperação econômica moderada, beneficiando o desempenho do sistema bancário. A desalavancagem das empresas e o baixo nível de endividamento das pessoas físicas ajudarão a estabilizar a qualidade de ativos no Brasil. Ao mesmo tempo, um melhor mercado de trabalho e um aumento gradual dos lucros corporativos levarão a uma redução dos custos de crédito. Os lucros vão recompor o capital e ajudar os bancos a cumprir com as novas regras de capital do acordo de Basileia já no início de 2019; além disso, eles estarão preparados para conceder crédito novamente, diz a Moody’s.

Queda no desemprego e mais previdência e seguros

À medida que a economia do Brasil se recupera, uma queda nas taxas de desemprego levará a uma maior disponibilidade de renda. Produtos de previdência privada e de seguro de vida devem se beneficiar neste cenário e podem ganhar apoio extra com uma maior conscientização sobre a importância de poupança de longo prazo para a aposentadoria.

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