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Covid-19 supera Brexit em riscos, diz Franklin Templeton

23 nov 2020, 9:25 - atualizado em 23 nov 2020, 9:25
Coronavirus
“O maior problema que temos no Reino Unido no momento é a Covid-19, e como a economia se recuperará disso”, disse David Zahn (Imagem: Reuters)

A Franklin Templeton, que aposta em títulos de dívida do Reino Unido, não está preocupada com o risco de um Brexit sem acordo. São as incertezas em torno do coronavírus que reduzem o otimismo.

“O maior problema que temos no Reino Unido no momento é a Covid-19, e como a economia se recuperará disso”, disse David Zahn, responsável por renda fixa europeia da gestora.

O impacto de longo prazo do coronavírus será maior “do que um acordo ou nenhum acordo” para o Brexit, disse.

O investidor, que administra US$ 1,4 trilhão e tem posição overweight em crédito do Reino Unido, vê potenciais riscos devido à incerteza prolongada causada pelo vírus, novas ondas de casos e mais lockdowns.

Por outro lado, os mercados de crédito já precificaram a possibilidade de problemas comerciais entre o Reino Unido e a União Europeia, portanto, as perdas podem ser limitadas se um acordo não for alcançado, especialmente devido ao apoio do banco central.

“Não vejo uma grande onda vendedora se não houver acordo”, disse Zahn. “A maior parte será sentida na moeda, e não no mercado de títulos.”

Os gilts, títulos públicos britânicos, podem sofrer uma onda de vendas “modesta”, disse. Ainda assim, isso será compensado por mais compras do banco central.

O coronavírus tem causado “enorme estresse e tensão” na economia do Reino Unido, disse o ministro das Finanças britânico, Rishi Sunak, em entrevista à Sky News no domingo, quando detalhou planos para maiores gastos nos serviços públicos. Em outra entrevista à BBC, Sunak sinalizou que está otimista sobre um acordo para o Brexit.

A visão menos preocupada em relação ao Brexit da Franklin Templeton também se deve à tendência das principais empresas do Reino Unido serem focadas no mercado interno ou muito globais, disse Zahn.

As empresas domésticas ainda terão demanda, enquanto os gigantes mundiais contarão com a proteção de outros mercados.

Além disso, os títulos públicos e corporativos do Reino Unido em euros oferecem spreads mais amplos do que as contrapartes europeias, disse Zahn. Essa é uma isca extra para compensar quaisquer preocupações com o Brexit.

“Os investidores ainda são pagos para possuir crédito do Reino Unido em comparação com o crédito europeu, então querem continuar a tê-los”, disse Zahn.

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