Mercados

Credit Suisse recorre a BC suíço para se salvar; banco pode ser vendido?

16 mar 2023, 18:14 - atualizado em 16 mar 2023, 18:27
Crise no Credit Suisse
Apos se ver em (Imagem: Shutterstock/Freepik | Montagem: Maria Eduarda Nogueira)

O Credit Suisse tomou uma ação que acalmou, ao menos temporariamente, o nervosismo do mercado com os problemas de liquidez do banco.

Após um pregão de sangue na quarta-feira, que não só levou a ação do banco à mínima histórica como também escalou o temor de um risco sistêmico no setor bancário global, o credor correu para comunicar que solicitará um empréstimo de até US$ 53,7 bilhões ao Banco Central do país.

Além disso, o Credit se comprometeu a realizar operações de recompra de títulos de dívida avaliadas em cerca de US$ 3 bilhões.

O anúncio veio momentos depois do próprio Banco Nacional da Suíça afirmar que estava pronto para conceder crédito à instituição, se necessário fosse.

O concerto de ações do BC suíço e do Credit Suisse surtiu efeito positivo nos mercados internacionais, fazendo com que a ação do banco com sede em Zurique avançasse 19,3% nesta quinta-feira.

Credit alivia mercados e relega anúncio do BCE para segundo plano

A contenção do pessimismo a cerca de uma possível crise sistêmica financeira aliviou o estresse sobre o setor bancário europeu e, por conseguinte, o mercado de risco nas principais praças globais.

O movimento relegou, inclusive, o impacto da decisão do Banco Central Europeu (BCE) de aumentar em 0,50 ponto-percentual (pp.) a taxa de juros na zona do euro. Trata-se da sexta alta consecutiva desde julho do ano passado, quando o BCE quebrou um jejum de 11 anos e voltou a elevar os juros para combater a inflação.

Na Europa, o índice STOXX 600 Banks, que une as ações financeiras do continete, terminou a sessão com alta de 1,10%. Bolsas de Londres (FTSE 100), Paris (CAC 40) e Frankfurt (DAX) encerraram em alta de, respectivamente, 0,89%, 2,03% e 1,57%.

Em Nova York, o Dow Jones Industrial Average (DJIA), o S&P 500 (SPX) e Nasdaq Composite (US100) também se beneficiaram da repercussão, fechando o pregão em forte alta. As Treasuries resumiram o movimento de alta de rendimentos, após quatro sessões de turbulência.

Credit Suisse e UBS negam fusão

Nos bastidores do mercado, cresce a tese de que a melhor saída para a crise envolvendo o tradicionalíssimo banco suíço é por meio do setor privado.

De acordo com informações do JP Morgan, o banco em apuros estaria em conversas avançadas para ser adquirido pelo UBS Group. Contudo, UBS e Credit rebateram a chance de uma fusão forçada, como reportou a Bloomberg News nessa quinta-feira, citando fontes familiarizadas com o tema.

O UBS prefere se concentrar em sua própria estratégia, centrada em gestão de riquezas e reluta em assumir riscos relacionados ao Credit Suisse, disse a reportagem, enquanto o rival busca mais tempo para concluir seus esforços de reestruturação após receber apoio financeiro do banco central suíço.

De acordo com o  economista-chefe da Roubini Macro Associated Nouriel Roubini,  conhecido infamemente como ‘Doutor Catástrofe’, o Credit é grande demais para ser resgato integralmente pelo Estado suíço.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.