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Daniel Barbosa: S&P após o V-Shape – Oportunidades com estratégias de opções

13 jul 2020, 18:29 - atualizado em 13 jul 2020, 18:29
Mercados Wall Street NYSE
“O ano de 2020 apresentou oportunidades únicas de ganhos intensos apesar da Pandemia ou justamente por causa dela” (Imagem: REUTERS/Lucas Jackson)

Caro Leitor,

Nesta coluna no Money Times, gostaríamos de compartilhar insights de quem está há três décadas no exterior. No curso desta experiência, aprendemos a olhar o Brasil, a União Europeia e os EUA de dentro para fora e de fora para dentro. Como explicado na minha “bio”, nos dedicamos a desenhar estratégias e explorar oportunidades com opções.

Hoje, vamos falar das oportunidades que enxergamos no momento presente. Porém, para ler o momento presente, é vantajoso compreender o passado. Me acompanhe numa breve retrospectiva, vamos ler os fatos além das manchetes.

O ano de 2020 apresentou oportunidades únicas de ganhos intensos apesar da pandemia do novo coronavírus ou justamente por causa dela.

Como manda uma conhecida máxima “compre quando o temor for grande”. O que isso quer dizer? Exatamente quando o estado de comoção for geral a situação exigirá sobriedade e a análise pragmática dos acontecimentos. Isto nos permite enxergar através do caos encontrando soluções práticas em situações adversas. Passamos por um período de grande volatilidade. A pergunta naquela ocasião era: Qual a melhor alternativa para instrumentalizar este contexto a seu favor?

A arte de operar estratégias com opções é a minimização do risco pelo bem da proteção do capital.

A PRIMEIRA GRANDE OPORTUNIDADE – QUEDA LIVRE

A primeira grande oportunidade foi a queda no período do Carnaval. Quem estava acompanhando reparou no enfraquecimento na semana anterior e na segunda-feira, 24 de fevereiro. O sinal foi irrefutável. Quem estava atento entrou vendido, travou e deixou cair com o curso por volta dos 3300 pontos.

E depois disso foi um “Downhill” de mais de 1000 pontos em direção ao fundo do poço lá pelos 2175 pontos, em 23 de março. Mas nesta data, um plano de emergência já tramitava pelos corredores do senado e do governo americano. De novo, quem estava atento às notícias acompanhou.

A SEGUNDA GRANDE OPORTUNIDADE – A BAZUCA DO FED

Sobre o vulto da injeção estabilizadora, primeiro cogitou-se um trilhão e depois dois trilhões de dólares. Dois trilhões de dólares, amigo! Você faz alguma ideia de que tanto isto representa?? É uma cifra completamente fora das nossas realidades que a maioria dos mortais sequer consegue imaginar.

Dois trilhões de dólares, é uma pilha de dinheiro em notas de U$ 100 mais ou menos do tamanho de dois campos de futebol e da altura da Estátua da Liberdade.

Mas isso é só para termos uma vaga ideia. Em outras palavras, é como se fosse cair um meteoro no mar. A consequência seria um tsunami de volatilidade. Eis a segunda grande oportunidade, clara como o sol, de lucros exuberantes. Mais ainda para quem já havia lucrado horrores na queda e tinha o que chamamos de “gordura” ou capital disponível para correr riscos.

Daniel Barbosa
“Quo vadis S&P? Numa consolidação, a boa pergunta é sempre para que lado o curso vai escapar. Para cima ou para baixo? Qual a melhor alternativa neste caso?” (Imagem: Divulgação)

OPORTUNIDADES ATUAIS – MARÉ MANSA?

Depois de subir desde 23 de março, o S&P foi bater pouco acima dos 3200 pontos, em 8 de junho. Depois, sofreu queda até o patamar dos 2920 e desde então está consolidado num range que vai até os 3180. Bem, o que vai acontecer agora? Obviamente ninguém pode saber ao certo.

Nas duas situações anteriores nos deparamos com altos índices de volatilidade. Na queda, a volatilidade deu um salto e na alta de recuperação a volatilidade, que já estava bem alta, continuou oscilante, porém foi baixando aos poucos.

Nos dois momentos, estas circunstâncias facilitaram a perspectiva de um “certo” e um “errado” segundo a expectativa de cada um. Já num cenário de consolidação, há menos clareza.

Ao observarmos o VIX (Vola-Index) nos últimos anos, é simples de constatar que a volatilidade diminuiu mas ainda continua relativamente alta. Alta demais para uma estratégia de baixa volatilidade.

Quo vadis S&P? Numa consolidação, a boa pergunta é sempre para que lado o curso vai escapar. Para cima ou para baixo? Qual a melhor alternativa neste caso?

Mercados Wall Street NYSE
“Somos eternos aprendizes do mercado e não temos a pretensão de ter que acertar em tudo que fazemos” (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

Diante da incerteza, uma estratégia bidirecional com opções pode ser uma boa possibilidade. Mas muita calma nesta hora antes de decidir. Este parecer deve passar por uma boa análise e sem ter o conhecimento necessário e boas ferramentas para simular o risco ninguém deve se aventurar num terreno desconhecido. Tal proeza pode custar caro, muito caro se você é um investidor particular ou “retailer”.

Montamos uma estratégia com duas travas, uma de alta e outra de baixa. Parece simples? Realmente não é tão complicado assim. A diferença está, por exemplo, na maneira como a pessoa decidir operar os eventuais ajustes (ou “Follow-ups” no jargão) necessários. Vamos continuar comentando esta estratégia nesta coluna, venha como vier. Esta é a nossa lida diária, nua e crua. Se este tema desperta o seu interesse, escreva um comentário. Convido-o a acompanhar conosco.

Somos eternos aprendizes do mercado e não temos a pretensão de ter que acertar em tudo que fazemos. Caso esta operação não frutifique, vamos perceber logo e aí a solução é abortar e abrir o pára-quedas. É, na maioria das vezes, mais recomendável do que tentar consertar uma estratégia em queda.

(DCB)

DISCLAIMER: Comentamos aqui os cenários e oportunidades que enxergamos atualmente. Isto não representa absolutamente uma recomendação ou indicação sobre como qualquer pessoa ou empresa deve operar ou investir seus recursos. Os cenários que compartilhamos e as estratégias e oportunidades descritas devem ser interpretadas apenas como opiniões. Ciente disto, o leitor concorda em isentar os autores de qualquer responsabilidade a respeito das decisões que vier a tomar após a leitura de nossos artigos. Caso contrário abandone a leitura agora.

Analista de estratégias com opções da Vandermart Solutions
Nesta coluna com insights direto dos mercados em Frankfurt e NYC, Daniel discorre sobre oportunidades com foco em ativos de grande liquidez. Trader certificado (EUREX) e analista da Vandermart Solutions, Daniel é braço direito de Reinhold Fend no Brasil. Fend é autor do software Vandermart Tracker uma maiores referências dos países do DACH (Alemanha, Suíça e Áustria) quando o assunto são estratégias com opções. Junto com Ken Rapoza, BRICS-analyst da Forbes ex-WSJ do Brasil, assinam o “Options Jaguar”.
Nesta coluna com insights direto dos mercados em Frankfurt e NYC, Daniel discorre sobre oportunidades com foco em ativos de grande liquidez. Trader certificado (EUREX) e analista da Vandermart Solutions, Daniel é braço direito de Reinhold Fend no Brasil. Fend é autor do software Vandermart Tracker uma maiores referências dos países do DACH (Alemanha, Suíça e Áustria) quando o assunto são estratégias com opções. Junto com Ken Rapoza, BRICS-analyst da Forbes ex-WSJ do Brasil, assinam o “Options Jaguar”.
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