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Deu em pizza: Burger King desiste de comprar Domino’s Pizza; ações disparam 8,4%

01 nov 2021, 17:39 - atualizado em 01 nov 2021, 17:39
Domino's Pizza
O cancelamento ocorre após ambas as partes terem reavaliado as piores condições de mercado em comparação com quando foi anunciado em julho deste ano (Imagem: REUTERS/Luke MacGregor)

O Burger King (BKBR3) rescindiu o contrato com a Vinci Capital para comprar a rede de pizzarias da DP Brasil, que tinha o controle da franquia Domino’s Pizza no Brasil.

O cancelamento ocorre após ambas as partes terem reavaliado as piores condições de mercado em comparação com quando foi anunciado em julho deste ano.

Com isso, as ações da companhia subiram 8,4%, a R$ 7,45. 

De acordo com o acordo de rescisão, o BK tem o direito de preferência para aquisição da totalidade das ações de emissão da DP Brasil nos próximos 12 meses, pelo mesmo preço oferecido por um terceiro em caso de alienação do seu controle.

Por outro lado, no mesmo período, BKB concede à DP Brasil exclusividade de entrar em qualquer transação relacionada à aquisição ou desenvolvimento de um negócio que comercializa pizza.

Para o Credit Suisse, em comentário enviado a clientes, a negociação já era confusa antes, levantando preocupações que ofuscaram o apelo estratégico e a lógica por trás da transação.

Entre os pontos que geravam receios por parte dos investidores, estavam:

  • diluição dos acionistas minoritários;
  • riscos de execução de desenvolvimento um plano de expansão agressivo em um país não tradicional consumidor de Pizza QSR;
  • avaliação a ser paga

“Como tal, acreditamos que o mercado deve acolher a decisão do BKB de se render ao negócio, pelo menos por enquanto”, afirma a analista Marcella Recchia.

Além disso, ela lembra que as perspectivas macro mais desafiadoras à frente também devem permitir que a gestão continue seu foco na execução das principais operações de BK e Popeye.

Atualmente, o Credit calcula em 6,4 vezes o EV/Ebitda (valor da firma sobre Ebitda) da ação do Burger King, desconto de 30% sobre a média de dois anos. 

A transação

Acertada em julho, o BK iria pagar 54 milhões de novas ações BKBR3, implicando uma diluição de 19,7% de ações atuais em circulação e um EV total de R$ 671 milhões (considerando o preço das ações BKBR3 naquele momento).

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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