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Dividendos: Itaú escala elétrica e seguradora com retornos de 14% para lucrar

03 set 2023, 16:57 - atualizado em 05 set 2023, 1:48
Dividendos
A corretora lembra que com os juros de curto prazo caindo à frente, os investidores tendem, em geral, a dar preferência a teses de crescimento (Imagem: Flickr/Banco do Brasil)

O Itaú BBA realizou duas alterações em sua carteira de dividendos, com a saída da Minerva (MRFG3) e Engie (EGIE3) para a entrada de Caixa Seguridade (CXSE3) e CPFL (CPFE3).

A corretora lembra que com os juros de curto prazo caindo à frente, os investidores tendem, em geral, a dar preferência a teses de crescimento, buscando exposição a empresas que se beneficiem de maneira mais proeminente da atividade econômica mais aquecida.

“Nesse cenário, é natural que as empresas que pagam bons dividendos fiquem de lado – isso acontece porque empresas que pagam dividendos, normalmente, são empresas de valor, nas quais o crescimento de lucro tem menor impacto de valuation do que nas empresas de crescimento”, completa.

Menos dividendos para Minerva

De acordo com a corretora, no caso da Minerva, a aquisição de 16 plantas de abate da Marfrig (MRFG3) na América do Sul, por R$ 7,5 bilhões, é negativa para a companhia.

“Apesar dos fundamentos referentes ao preço do boi no Brasil e ao preço da carne, principalmente na exportação, ainda serem importantes para o longo prazo, avaliamos que a aquisição recente traz riscos relevantes de execução”, coloca.

Segundo cálculos do BBA, para que o preço de aquisição das plantas seja razoável em termos de EV/Ebitda (valor da empresa em relação ao resultado operacional), a Minerva precisará praticamente dobrar o nível de Ebitda gerado por esses ativos.

“Se isso acontecer, o múltiplo implícito pago pela Minerva deve chegar a aproximadamente 5 vezes o EV/Ebitda, o que ainda assim embute um prêmio de aproximadamente 10% sobre o múltiplo atual da companhia – ou seja, mesmo com estimativas otimistas, o preço de compra não nos parece uma barganha”, completa.

Ainda na visão do BBA, o desembolso da Minerva para fazer frente ao pagamento da aquisição deva coibir a distribuição de dividendos à frente, “fazendo com que nossas estimativas de dividend yield (retorno do dividendo) para 2024 fiquem comprometidas”.

No caso da Caixa Seguridade, os analistas avaliam que o bom desempenho operacional visto na divulgação dos resultados referentes ao segundo trimestre de 2023 deva se manter, com sinistralidade controlada e lucro crescendo aproximadamente 25% em 2023.

“Além disso, a Caixa Seguridade é das poucas empresas que não paga JCP, apesar de pagar dividendos, o que blinda a companhia de efeitos negativos relacionados à possível extinção desse tipo de distribuição. Com um P/L (preço em relação ao lucro por ação) de 9,6 vezes e um dividend yield de 14% para 2023, a Caixa Seguridade tem um perfil muito mais adequado à dividendos“, completa.

Saída de Engie para entrada de CPFL

O Itaú afirma que a substituição de Engie pela CPFL se baseia principalmente em valuation (avaliação da companhia). A corretora calcula e vê a primeira negociando a uma taxa interna de retorno (TIR) real de 10,5%, enquanto para CPFL o retorno é de 12%.

“Do ponto de vista de dividend yield, vemos 10,9% em 2023 e 11,5% em 2024 para Engie, enquanto para CPFL temos 11,2% e 12,8% em 2023 e 2024, respectivamente”, completa.

Veja o portfólio da íntegra:

Empresa Código Dividend Yield 2023
B3 B3SA3 3,7%
Caixa Seguridade CXSE3 14,0%
CPFL Energia CPFE3 11,2%
Gerdau GGBR4 8,8%
Vibra Energia VBBR3 4,4%

 

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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