Dólar

Dólar: Depois de Mercadante, moeda mostra que mercado é sensível a outro nome

14 dez 2022, 17:34 - atualizado em 14 dez 2022, 17:34
Jerome Powell
Dólar passa o dia em alta reverberando escolhas de Lula para o alto escalão da economia e de olho em Powell e sua alta de juros (Imagem: flickr/ Federal Reserve)

Em dia volátil, o dólar à vista operou em alta por todo o pregão, chegando a subir mais de 1%, com o mercado à espera da última decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em 2022. Além disso, reage aos passos dados por Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto compõe sua equipe de governo e dá sinais de como poderá ser o seu governo.

A moeda norte-americana que tem se mostrado bastante sensível aos nomes de Fernando Haddad, ministro da Fazenda de Lula, e Aloizio Mercadante, anunciado como presidente do BNDES. Mas outro nome e sobrenome deixa o mercado apreensivo: Jerome Powell.

Com isso, o dólar fechou em alta de 0,3% frente ao real, cotado a R$ 5,30 para venda.

Dólar precificou Fed, que fez o esperado

O aumento da taxa de juros pelo Fed em 0,50 ponto percentual (p.p.) conforme amplamente esperado, já estava precificado no dólar, diz o CEO da Conti Capital, Carlos Vaz. Agora, a taxa de juros está no intervalo entre 4,25% e 4,50%.

“Depois da apresentação de diversos índices econômicos, especialmente do último do mercado de trabalho [payroll], e das declarações de dirigentes do Fed, o mercado já estava na expectativa de ver essa elevação de apenas 0,50 p.p., depois de amargar quatro aumentos consecutivos de 0,75 p.p.”, comenta.

Em ano marcado por aperto monetário, antes dessas altas, o Fed havia elevado o juro em 0,25 ponto percentual em março e em 0,50 p.p. em maio.

Dólar ficou abaixo e acima de R$ 5,30 com Powell

A decisão do Fed em si mexeu pouco com o dólar, que operou pressionado por toda sessão. Porém, Powell fez a moeda oscilar acima e abaixo de R$ 5,30, mostrando o quanto é sensível ao mandatário do banco central dos Estados Unidos, mesmo ele repetindo discursos anteriores, de que seguem atentos à inflação do país.

Mas assumiu que o dado de inflação entra 2023 maior do que era esperado pelo Fed. Portanto, segundo ele, a autoridade monetária não estaria “considerando cortes na taxa de juros” no ano que vem.

Para Vaz, da Conti, apesar desse afrouxamento no ritmo de alta de juros, a resiliência do mercado de trabalho norte-americano pode levar o Fed a manter o ciclo de aperto monetário também acima do previsto, pelo menos até meados do próximo ano e podendo seguir até 2024.

“Acho que os Estados Unidos poderão vivenciar um período de desaceleração econômica, porém, com um menor indicativo de risco de recessão, como o mercado especula. Daí, será uma fase atravessada sem grandes prejuízos”, diz.

Lá fora, o Dollar Index também oscilou pouco após a decisão do Fed, mas segue em queda, abaixo dos 103,7 pontos.

 

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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