Economia

Eleições na Argentina podem afetar Brasil em diferentes setores; entenda

15 ago 2023, 13:40 - atualizado em 15 ago 2023, 13:40
Argentina
Argentina enfrenta alta na inflação após resultado das votações primárias (Imagem: Unsplash/Gustavo Sánchez)

A vitória prévia do candidato de extrema-direita, Javier Milei, pesou no bolso da população argentina. Segundo noticiou O Globo, com base na informação da Bloomberg, na segunda-feira (14) comércios de todo o país receberam a notificação de que seus fornecedores aumentaram os preços em 20%.

As elevações nos preços em um país que acumula inflação de 115% nos últimos 12 meses já são rotineiras, no entanto, a situação desenhada nesta semana é atípica.

O motivo apresentado pelos fornecedores foi o resultado das votações primárias realizadas no domingo (13), em que Milei conseguiu uma vitória apertada. Ainda segundo o periódico, no dia seguinte, os preços de eletrônicos e eletrodomésticos foram imediatamente reajustados.

Neste cenário, o Banco Central argentino elevou a taxa básica de juros em 21 pontos, para 118% ao ano, e o dólar oficial em 22%, que passou a valer 350 pesos.

Brasil teme “efeito Milei”

O declínio na crise do país impacta as relações comerciais estabelecidas entre Brasil e Argentina. Segundo representantes de associações ligadas a produtos manufaturados, houve queda nas exportações este ano, o cenário pode piorar nos próximos meses.

Vale lembrar que a decisão de quem será o novo presidente do país ocorrerá em dezembro.

A pesquisadora da FGB IBRE, Lia Valls Pereira, afirmou ao jornal que, no curto prazo, o anúncio de medidas para impedir a saída de dólares pode dificultar ainda mais o comércio brasileiro com o país.

Pereira destacou que o país importa diversos produtos manufaturados e, a pior seca registrada em décadas, ampliou a importação de commodities como soja, que chegou a superar, em valor, a exportação de partes e peças de automóveis para o país.

A piora da crise argentina deve reduzir as exportações e afetar a demanda interna brasileira por automóveis. “É um setor que deve apresentar piora. Além disso, se a oferta de soja na Argentina se regularizar e eles importarem menos, a contribuição da Argentina para o superávit brasileiro vai diminuir”, disse.

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Foi redatora na área de marketing digital por 2 anos e ingressou no Money Times em 2022.
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