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Endividada e com histórico de mortes, cervejaria entra em recuperação judicial; veja qual

18 jul 2023, 13:11 - atualizado em 21 jul 2023, 20:03
Cerveja recuperação judicial
Cervejaria entra em recuperação judicial com dívidas de mais de R$ 55 milhões e mortes após marca intoxicar consumidores (Imagem: Freepik/jcomp)

Mais uma empresa entra para a estatística da recuperação judicial em 2023. Desta vez foi a cervejaria Três Lobos, dona da marca Backer, que teve o pedido aceito pela 2ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte.

Segundo o site “Guia da Cerveja“, as obrigações financeiras da empresa sujeitas à recuperação judicial chegam perto de R$ 55,5 milhões. As dívidas da companhia chegaram a esse patamar após a maior tragédia do país do setor de cervejas e que envolve a Backer.

‘Caso Backer’: 10 mortes e recuperação judicial

No fim de 2019, dezenas de pessoas foram intoxicadas por monoetilenoglicol e dietilenoglicol após consumirem a cerveja Belorizontina, da Backer. Ao todo, 10 pessoas morreram e várias outras ficaram feridas. Várias delas tiveram sequelas.

No entanto, os casos vieram à tona em janeiro de 2020, quando a Polícia Civil de Minas Gerais começou a investigar a internação de pessoas após o consumo da Belorizontina.

Segundo as investigações, a contaminação das cervejas por monoetilenoglicol e dietilenoglicol ocorreu devido a um vazamento no tanque da fábrica da Backer.

Ao todo, 11 pessoas, incluindo sócios-proprietários da cervejaria Backer, se tornaram réus por crimes cometidos em função da contaminação de cervejas fabricadas e vendidas pela empresa ao consumidor.

A fábrica da cervejaria, em Belo Horizonte, ficou fechada por mais de dois anos. A comercialização e produção de cervejas ficaram suspensas até abril de 2022. Além disso, no ano passado, o Ministério da Agricultura (Mapa) multou a Backer em R$ 5 milhões pelo caso.

Dívidas e risco de despejo

A decisão judicial foi publicada em 19 de junho. A partir da data, a Três Lobos tem 60 dias para apresentar o plano da recuperação judicial, ou, do contrário, será decretada a falência da cervejaria.

Segundo o “Guia da Cerveja”, o juiz Adilon Cláver de Resende, que aceitou o pedido de recuperação, determinou que os serviços essenciais de água e energia elétrica continuem sendo fornecidos mesmo com a cervejaria inadimplente com o pagamento dessas contas.

Além disso, Resende suspendeu o processo de despejo do imóvel alugado pela empresa, onde funcionam a sede administrativa e o parque industrial da Backer. O terreno fica na capital mineira.

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