BTG Pactual

Enfim, chegou a hora e a vez da Nova Petrobras brilhar na bolsa

03 abr 2019, 11:03 - atualizado em 03 abr 2019, 16:10
Companhia deverá vivenciar nova fase com maior credibilidade institucional e desinvestimentos

A história não contada de crescimento, em quantidade de ativos. Este é a matriz da análise do BTG Pactual para a Petrobras (PETR3PETR4), em relatório de início de cobertura das ações da estatal, com recomendação de compra e preço-alvo de US$ 20,00 para os ADRs (American Depositary Receipts, ativos da estatal listados em Nova York), upside (potencial de valorização) de 36% em relação ao último fechamento.

O banco ressalta a história da companhia de 65 anos e a adição de valor aos acionistas durante diversos momentos. “Contudo, após não ser uma companhia focada somente no refino, e na E&P (Exploração e Produção), eventualmente se transformou em player logístico, distribuição de combustíveis, químicos, fertilizantes, produtora de gás e biocombustíveis”, apontam os analistas Thiago Duarte e Pedro Soares.

Morgan Stanley otimista com Brasil por liquidez elevada e alta do crédito privado

Neste panorama, a despeito da criação de valor oriunda da diversificação das áreas de atuação, o BTG destaca negativamente o uso da máquina pública por políticos para influenciar alocações de capital, ocorrida durante os governos do PT.

Ganhos triplos

Para o banco de investimento, a intensificação do processo de diminuição da base de ativos via programa agressivo de desinvestimentos pode provocar ganhos triplos: (i) redução da dívida, pelo menor custos de capital e redução das ineficiências no balanço de ativos; (ii) melhor gerenciamento do management com aprimoramento da governança corporativa; (iii) redução do uso indevido por políticos, pela maior segurança institucional do novo governo.

Adiante, os analistas Thiago Duarte e Pedro Soares destacam a venda do negócio de refino, pois se configurou na quebra do monopólio virtual das refinarias da Petrobras, carregando consigo mensagem poderosa: “uma das maiores fontes de mau gerenciamento (investimentos ruins) e uso inadequado político (controle nos preços de combustíveis) na história recente da Petrobras nunca será repetida novamente”

Petrobras tem o que o mercado quer

Os analistas Thiago Duarte e Pedro Soares veem a Petrobras como uma das poucas petroleiras globais com espaço para entregar algo que se tornou raro no mercado de petróleo: crescimento de produção.

Após a decisão de se tornar mais focada na exploração, que está em seu DNA, a estatal ainda pode entregar um avanço entre 5% a 25% em produção e resultados entre 2018 e 2021. Esta velocidade, lembram Duarte e Soares, também são raras.

Crescimento operacional da companhia é vertiginoso quando comparado com players

“Perspectivas de crescimento mais fortes ajudam a justificar nossa visão de que os múltiplos de curto prazo podem subir”, alertam. O BGF analisa também que os investidores estão mudando a sua visão de que a Petrobras é altamente afetada pelo governo, o que pode mudar os seus fundamentos.

O plano de negócios anunciado recentemente apresentou uma meta de alavancagem bem-recebida de 1,5 vez a dívida líquida sobre o Ebitda esperado para 2020, reforçando o ponto de que os atuais 2,3 vezes são bons, mas “apenas na metade do caminho”, tornando-se uma sólida história de investimento, conclui o relatório.

Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
Linkedin Instagram
Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
Linkedin Instagram