Coronavírus

Estratégia para flexibilizar isolamento não significa saída imediata, diz Teich

23 abr 2020, 19:51 - atualizado em 23 abr 2020, 19:51
Nelson Teich
De acordo com o ministro, o modelo já possui uma matriz pronta e deve incluir todas as variáveis possíveis (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou nesta quinta-feira que a estratégia para a saída do isolamento do coronavírus que será apresentada pela pasta na próxima semana terá com base em um acompanhamento diário da doença, e não significa que vai haver uma flexibilização de imediato.

Segundo ele, serão adotados padrões levando em conta a situação específica de cada localidade para determinar as medidas de distanciamento social que devem ser tomadas para conter a disseminação da Covid-19, doença que já tem quase 50 mil casos confirmados no país e mais de 3.300 mortos.

“Quando digo que a gente vai ter que mapear no dia a dia e vai ter critérios, estratégias de saída, isso não quer dizer, primeiro, que a gente vai sair amanhã, e que alguém defenda o isolamento ou não. A gente defende o que é melhor para a sociedade”, disse Teich em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.

“Se o melhor para a sociedade for o isolamento, e tiver que ser o isolamento, é o que vai ser. Se eu puder flexibilizar, dando autonomia para as pessoas, uma vida melhor, e isso não vai influenciar na doença, é o que eu vou fazer”, acrescentou.

Teich, que assumiu o cargo na semana passada, anunciou na quarta-feira que vai apresentar na semana que vem um modelo para ser usado por Estados nas avaliações sobre a possibilidade de saída do isolamento social em função do coronavírus, mesmo diante de alertas da própria pasta de que o país caminha para o pico tradicional de hospitalizações por doenças respiratórias.

De acordo com o ministro, o modelo já possui uma matriz pronta e deve incluir todas as variáveis possíveis. Ele citou que os governantes serão orientados a também recuarem das medidas de afrouxamento em determinadas situações.

O ministro reforçou nesta quinta-feira que as análises deverão ser feitas com base nos dados diários da doença.

“Não existe uma escolha de isolamento ou não, é o isolamento na hora certa e a liberação na hora certa. A gente tem que definir isso no dia a dia. Essa capacidade de julgar e tomar decisão que vai fazer com que a gente consiga ajudar a sociedade”, afirmou.

A decisão do governo de estabelecer os parâmetros para o relaxamento das medidas de contenção social –uma das razões da queda do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, que era defensor do isolamento apesar da oposição do presidente Jair Bolsonaro– ocorreu apesar de diversos Estados estarem com seus sistemas de saúde em dificuldade.

Além disso, espera-se para o final de maio o pico das internações por doenças respiratórias no país, de acordo com dados dos últimos anos.

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