Biocombustível

Etanol: preços mais altos em setembro; mercado precisa de 6 milhões/l a mais para entressafra

26 jul 2019, 10:01 - atualizado em 26 jul 2019, 10:01
Queda na produção a partir de setembro poderá elevar preços do hidratado (Imagem: Gustavo Kahil/Money Times)

Salvo uma disparada nas cotações do petróleo por decisão de cortes na produção ou por uma escalada da crise com o Irã afetando a oferta na região do Golfo Pérsico, a gasolina poderá ter uma certa vantagem sobre o etanol a partir de setembro. A partir daí até dezembro, último terço da safra, a produção do biocombustível entra em declínio, como também a produtividade da cana, e haverá correção dos preços.

Lá na ponta do ano, por volta de 31 de novembro, o ideal é as usinas conseguirem ainda uma produção superior de 6 milhões de litros a mais para entrada da entressafra, avalia ainda Martinho Ono, CEO da SCA Trading.

Em menos de dois meses, portanto, a produção de hidratado deve chegar aos 70% da estimativa média de 28 bilhões de litros e diante do forte consumo “o nível de estoque será menor que o ano passado ao chegar o fim do ano”, avalia Martinho Ono, CEO da SCA Trading.

O comércio mensal de hidratado está na casa de 1,8 bilhão de litros mensais.

Mas mesmo com esse cenário de oferta mais reduzida de etanol saindo das usinas do Centro-Sul, não significa que a produção sobre a demanda será menor. Não há risco de descasamento, avalia o trader especializado em biocombustíveis.

“Até entre 31 de outubro e 15 de novembro, ainda estaremos acima de demanda em produção, ainda que está já venha de queda, diz. A partir de então que os níveis de estoques devam ser considerados.

Apesar da sua avaliação de necessidade de produção superior a 6 milhões de litros para dar suporte à entressafra de janeiro a março – em dezembro costuma haver poucas usinas moendo – Ono também destaca como fator positivo o ganho do etanol de milho, com novos projetos entrando em operação.

Petróleo

A gasolina perderia a vantagem sobre o etanol, a partir do último trimestre, passando dos US$ 70 o barril do Brent, na ICE Londres.

Nos últimos dias tem havido uma tendência de alta. Nesta manhã de sexta, por volta das 10 horas (Brasília), a cotação está em US$ 63,75, mais 0,60%, e para entrega em outubro e novembro, respectivamente US$ 63,58 e US$ 63,18, ambos em torno de mais 0,30%.

Os países produtores da Opep, mais Rúsisia (Opep+), devem definir se mantêm ou se cortam  a produção, prevalecendo a opinião dos analistas sobre a segunda, uma vez que as suas contas não estão fechando.

A situação envolvendo o Irã e a pressão dos Estados Unidos pelo embargo, mais o risco de uma conflagração violenta diante da apreensão de navios e ataques a drones, permanecem em suspenso.

 

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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