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Ex-funcionário da extinta Cryptopia admite ter desviado mais de US$ 170 mil da corretora

05 jul 2021, 12:17 - atualizado em 05 jul 2021, 12:17
cryptopia
Segundo o site Stuff, as acusações recentes não estão relacionadas ao hack de 2019, o maior roubo na história do país até hoje (Imagem: Crypto Times)

Um ex-funcionário se declarou culpado de desviar 245 mil dólares neozelandeses (ou US$ 172 mil) em criptomoedas, além de roubar dados de clientes da agora extinta corretora cripto neozelandesa Cryptopia.

Segundo um artigo do jornal local Stuff, o ex-funcionário se declarou culpado por duas acusações: roubo por uma pessoa com posição privilegiada e roubo de mais de mil dólares neozelandeses (ou US$ 700).

Ele receberá sua sentença oficial em 20 de outubro. O distrito de Christchurch garantiu ao homem a supressão interina de seu nome, ou seja, seu nome ou outros detalhes não podem ser divulgados.

O ex-funcionário teve problemas no gerenciamento de chaves privadas para muitas carteiras sob a responsabilidade da corretora.

A certo ponto, o funcionário realizou uma cópia não autorizada das chaves privadas das carteiras da Cryptopia e a salvou em um dispositivo de armazenamento externo, transferindo a informação para seu computador pessoal.

Segundo um resumo dos fatos apresentados na audiência, ele obteve acesso a dezenas de milhares de carteiras digitais e a mais de cem milhões de dólares neozelandeses (US$ 70,2 milhões) equivalentes a diferentes criptomoedas.

Fato não está relacionado ao hack à corretora

Hacker
Em seguida, o homem roubou mais criptomoedas, equivalentes a 10 mil dólares neozelandeses (ou US$ 7 mil) (Imagem: Freepik/rawpixel.com)

Cryptopia foi uma das corretoras de criptomoedas mais populares da Nova Zelândia. Eu seu auge, a corretora tinha mais de 80 funcionários e mais de 1,4 milhão de clientes em todo o mundo.

Porém, em janeiro de 2019, quando um hacker roubou mais de 25 milhões de dólares neozelandeses (ou US$ 17,5 milhões) em criptomoedas — 15% das posses da corretora — tornando-se o maior roubo no país até hoje.

A corretora foi forçada a realizar um processo de liquidação após o hack. A empresa de contabilidade Grant Thornton está gerenciando o processo em andamento. No entanto, segundo o Stuff, as acusações recentes não estão relacionadas ao hack de 2019.

Após a corretora ter começado seu processo de liquidação, toda a equipe da Cryptopia foi demitida, mas o ex-funcionário aparentemente manteve sua cópia das chaves privadas.

Responsáveis pela liquidação da corretora Cryptopia
sofrem críticas de vítimas do hack

O hack foi noticiado após alguém ter dito aos liquidadores da corretora que haviam acidentalmente depositado bitcoins (BTC) em uma carteira antiga da Cryptopia e solicitou que os fundos fossem devolvidos.

Após analisar as carteiras da Cryptopia, liquidadores viram que 13 BTC haviam sido ilegalmente sacados de diversas carteiras em diversas transações, sendo lavados por meio de um serviço de ofuscação (“mixing”).

Na época, os bitcoins lavados totalizaram cerca de 235 mil dólares neozelandeses (US$ 165 mil). Em seguida, o homem roubou mais criptomoedas, equivalentes a 10 mil dólares neozelandeses (ou US$ 7 mil).

“O réu admitiu que estava frustrado com a Cryptopia, mas também foi motivado pela crença de que poderia se safar com o roubo, pois achou que ninguém iria verificar as antigas carteiras de depósito”, de acordo com um resumo dos fatos pela Stuff.

O ex-funcionário disse que devolveu parte das moedas roubadas e ofereceu pagar pela quantia restante.