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FAO e OCDE veem alta produção agrícola até 2030, mas com pressões e desafios

21 jun 2022, 13:38 - atualizado em 21 jun 2022, 13:40
Agricultura Nordeste
Melhoria da produção agrícola  será fundamental para alimentar uma população global crescente. Leia a coluna do CEO da Alaby & Associados. (Imagem: Arquivo/Agência Brasil)

Em estudos realizados pela FAO (Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) e a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) ficam demonstrados as perspectivas agrícolas do período de 2022-2030.

A produção agrícola sofrerá algumas variações de preços, em função dos acontecimentos climáticos, a guerra da Rússia e a Ucrânia, a crise de logística internacional, pragas e doenças animais e vegetais, oscilações de cotações nos insumos, além das incertezas macroeconômicas.

Mas a demanda global por commodities agrícolas, incluindo para uso não alimentar, é projetado a crescer, 1,2% ao ano até 2030, inferior à expansão média de 2,2% no período 2011-2020.

Deve-se ao crescimento menor da China em termos de compras de produtos agrícolas (0,85% comparado a 2,7% por ano, na última década) e em outros emergentes, além de menor demanda de biocombustíveis.

No mundo, a disponibilidade de alimentos é projetada para crescer 4% durante a próxima década. A composição do regime alimentar influenciará também a saúde.

Carnes e peixes

Nos países em desenvolvimento, a preferência por carnes bovina e pesca ainda será elevada.

A melhoria da produtividade será fundamental para alimentar uma população global crescente e projetada para atingir 8,5 bilhões até 2030, de forma sustentável.

Dos aumentos na produção agrícola mundial previsto para 2030, 87% estão projetados para vir do crescimento da produção, outros 6% virão da expansão do uso da terra e 7% do aumento da intensidade de cultivo.

Grande parte da expansão projetada na produção de carnes e peixes será resultado de ganhos de produtividade. A ampliação do rebanho contribuirá significativamente para o crescimento da produção pecuária em economias emergentes e países de baixa renda.

Comércio internacional

O comércio internacional continuará a ser crítico para a segurança alimentar global, nutrição, renda agrícola e combate à pobreza rural. Em média, aproximadamente 20% do que é consumido internamente é importado.

De outro lado, até 2030 nada menos de 34% da produção agrícola da América Latina será exportada.

As emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) provenientes da agricultura deverão aumentar 4% nos próximos dez anos, com a produção pecuária respondendo com mais de 80%desse crescimento.

O mercado de carbono será um grande estímulo do Brasil, podendo representar ganhos extraordinários para a economia brasileira.

O papel do Brasil

O Brasil continuará a aumentar o seu papel como um dos principais fornecedores mundiais de alimentos, incluindo em produtos como carne bovina, e mesmo com um ritmo menor do crescimento da demanda chinesa.

Tendo o Brasil como produtor dominante, a América Latina verá sua produção agrícola crescer 14% nos próximos dez anos. O valor líquido das exportações da região crescerá 31%, segundo os estudos, mas só representa um pouco mais da metade da taxa alcançada no período de 2011-2020.

Até 2030, a América Latina continuará a ampliar a sua participação no mercado mundial, 63% das exportações mundiais de soja, 56% das exportações de açúcar, 44% de pescado, 42% das exportações de carne bovina e 33% das exportações de frangos.

Também, o Brasil continuará dominando o mercado mundial de soja, ao lado dos EUA. A produção brasileira poderá crescer 17% e as exportações aumentarão no mesmo ritmo. Até 2030, o Brasil deverá representar 50% das exportações totais de soja. A China importa mais de dois terços do total mundial.

A chave do sucesso será de reduzir o efeito estufa, maior produtividade e melhor gestão tecnológica na administração e nas finanças das empresas agroalimentares e da indústria.

Aproveite para conferir todas as colunas do Michel Alaby aqui no Agro Times.

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CEO da Alaby & Associados, consultor da PNUD/ONU em counter trade, membro do Conselho de Comex da Fiesp, ex-diretor da Funcex e durante 35 anos foi secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, responsável direto por dezenas de missões institucionais e comerciais, além de participações em feiras, inclusive em apoio ao Itamaraty.
CEO da Alaby & Associados, consultor da PNUD/ONU em counter trade, membro do Conselho de Comex da Fiesp, ex-diretor da Funcex e durante 35 anos foi secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, responsável direto por dezenas de missões institucionais e comerciais, além de participações em feiras, inclusive em apoio ao Itamaraty.
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