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Federal Reserve deve apontar forte melhora da economia em novas projeções

18 maio 2023, 14:15 - atualizado em 18 maio 2023, 14:15
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As autoridades do Federal Reserve têm muitos motivos para serem mais otimistas sobre a expansão de três anos (Imagem: REUTERS/Sarah Silbiger)

O Federal Reserve deve apresentar sua maior revisão para cima do cenário econômico dos EUA desde 2021 no próximo mês, já que o estresse no setor bancário e um iminente default da dívida contrastam com a força subjacente da economia.

Essa perspectiva pode reforçar o plano de manter os juros no pico até o fim do ano e início de 2024, apesar da expectativa crescente entre economistas – inclusive dentro do próprio banco central – de que uma recessão se avizinha nos próximos meses.

“Eles terão que aumentar o PIB e diminuir o desemprego neste ano”, disse Julia Coronado, presidente da MacroPolicy Perspectives e ex-economista do Fed, sobre as previsões. “Definitivamente, reforça o ‘mais alto por mais tempo’. O Fed não vai se virar e cortar tão cedo”, destacou em referência ao nível da taxa de juros.

As autoridades do Fed têm muitos motivos para serem mais otimistas sobre a expansão de três anos: o crescimento sólido do emprego continuou a superar as previsões, as vendas de automóveis estão na máxima em quase dois anos, as vendas de imóveis novos foram as mais fortes em um ano em março, e a manufatura mostra sinais de estabilização.

Com isso, o Comitê Federal de Mercado Aberto tende a elevar sua previsão de crescimento econômico em 2023 de 0,4% para cerca de 1%, e reduzir a estimativa para a taxa de desemprego no final deste ano para cerca de 4% em relação à projeção anterior de 4,5%, disse Stephen Stanley, economista-chefe para EUA do Santander US Capital Markets, em Nova York.

Esses números ainda refletiriam um segundo semestre muito mais desaquecido, embora não uma recessão, que tem sido a visão do presidente do Fed, Jerome Powell, sobre o cenário econômico.

Stanley disse que a estimativa de desemprego de março do FOMC – 1,1 ponto percentual acima do desemprego em abril – parece impossível sem uma recessão “realmente grave”. “Eles têm sido muito pessimistas sobre 2023 e suas projeções em geral”, afirmou.

Embora a maioria dos economistas de Wall Street – e a equipe do Fed – preveja uma recessão nos próximos 12 meses, há indicações de crescimento moderado, em vez de queda acentuada na demanda.

O crescimento médio foi de 1,1% no primeiro trimestre e a economia se expande a uma taxa de 2,9% até agora no segundo trimestre, de acordo com o rastreador do PIB calculado pelo Fed de Atlanta, e a um ritmo de 2% segundo os cálculos de economistas do Goldman Sachs.

O índice surpresa da Bloomberg para os EUA, que reflete se os dados econômicos superam ou não as estimativas de consenso de Wall Street, subiu este mês para o nível mais alto desde março de 2022.

“Os participantes do FOMC, como a maioria dos analistas, devem se surpreender com a resiliência da economia”, disse Vincent Reinhart, economista-chefe da Dreyfus and Mellon, que trabalhou mais de duas décadas no Fed. “Tem mais ‘momentum’”, e qualquer previsão de recessão precisará ser adiada. “Vão aumentar sua previsão.”

O Fed elevou a taxa básica de juros 10 vezes consecutivas, para um intervalo de 5% a 5,25%, na tentativa de reduzir a inflação muito alta.

Embora Powell pareça sugerir que uma pausa nos aumentos de juros seja provável em junho, também disse que as decisões de política monetária serão tomadas de reunião a reunião, com base em uma variedade de dados recebidos.

O Fed tem se concentrado especialmente em um mercado de trabalho superaquecido. O consumo foi impulsionado pelos reajustes dos salários reais em meio à desaceleração da inflação: os salários médios subiram 6,1%, de acordo com o rastreador de ganhos salariais do Fed de Atlanta, em comparação com uma alta de 4,9% dos preços ao consumidor.

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O Fed elevou a taxa básica de juros 10 vezes consecutivas, para um intervalo de 5% a 5,25%, na tentativa de reduzir a inflação muito alta (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

Essa força pode levar a uma “pausa ‘hawkish’” em junho, na qual o Fed não sobe os juros, mas sinaliza a possibilidade de futuras altas, disse Matt Colyar, economista da Moody’s Analytics.

“O forte crescimento da renda agora supera a inflação de várias maneiras”, e isso “é um bom presságio para os gastos dos consumidores”, disse Colyar. “Existe uma força ali que vai manter a expansão avançando e evitar qualquer tipo de desaceleração prolongada ou grave.”

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