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Fora do radar, bancos apostam alto em small cap que dispara 100% em 2023; veja qual

23 ago 2023, 10:00 - atualizado em 23 ago 2023, 11:34
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Santander. Bradesco BBI e Itaú BBA elevam preço-alvo da maior incorporadora do Nordeste de olho em valorização da small cap (Foto: Moura Dubeux/Divulgação)

Um pouco fora do radar de investidores e pouco líquida na B3, a Moura Dubeux (MDNE3) avança em silêncio. As ações da construtora e incorporadora saltam 101% em 2023, considerando o fechamento do pregão desta terça-feira (22), cotadas a R$ 11,73.

Contudo, grandes bancos estão atentos ao desempenho da empresa. Tanto é que elevaram o preço-alvo para os papéis da maior construtora e incorporadora do Nordeste, região que entrou de vez no radar de investimentos imobiliários. Com as mudanças, as apostas são de que os papéis tenham valorização de pelo menos 30%.

Small cap queridinha de bancões

Após o Bradesco BBI elevar o preço-alvo para R$ 16, na semana passada, o Itaú BBA também mudou as estimativas para as ações, subindo de R$ 9 para R$ 16, vendo “dias de sol” para a small cap.

“Apesar do rali recente da ação, continuamos vendo um valuation atrativo de 4,8 vezes o lucro para 2024”, comenta a equipe de real estate do BBA, que esteve com executivos da companhia na semana passada.

Com atuação em sete estados, a equipe da casa de análises observa que a MDNE3 não prevê aumento da concorrência no Nordeste, uma vez que a construção civil da região é formada, na maioria, por pequenas empresas.

“A administração está confortável com sua liderança na região. Além disso, os concorrentes do Sudeste enfrentam problemas relacionados à mão de obra para entrar no Nordeste, dadas as diferenças no mercado de prestação de serviços. As empresas usam mão de obra própria e raramente terceirizam”, explicam os analistas do Itaú BBA.

Moura Dubeux de olho na volta ao escritório

O BBA destaca que a Moura Dubeux, que tem investido pesado em empreendimentos de luxo, planeja retornar os projetos comerciais nos próximos trimestres. Com a volta das atividades presenciais da empresa, no pós-pandemia de covid-19, a gestão da MDNE3 espera que a demanda por escritórios no Nordeste aumente nos próximos meses.

Por outro lado, a companhia não pretende atuar em regiões fora do Nordeste. A gestão da construtora e incorporadora acredita que o segmento de alta renda exige um profundo conhecimento da cidade e da dinâmica dos clientes. Sendo assim, a Moura Dubeux quer ampliar a liderança no Nordeste, onde tem participação de mercado de 20%.

Outro ponto que chamou a atenção do BBA, que mantém a recomendação de compra para MDNE3, é a distribuição de rendimentos aos acionistas.

A companhia espera gerar caixa e estabilizar alavancagem entre 15% e 20%. Sendo assim, é provável que a distribuição de dividendos seja retomada no início de 2025.

Santander também eleva preço-alvo

Na esteira do Bradesco BBI e do Itaú BBA, o Santander elevou o preço-alvo de R$ 9 para R$ 16,50. Segundo os analistas do banco, a mudança deve-se à forte posição competitiva em mercados competitivos no Nordeste e a
valorização atrativa dos papéis.

Os analistas de real estate do banco espanhol ressaltam que “veem com bons olhos” a postura cautelosa da Moura Dubeux, apesar da dinâmica positiva do mercado na região onde atual.

Contudo, chama a atenção do Santander o fato de que a Moura Dubeux planejar valor geral de vendas (VGV) de R$ 1,8 bilhão de lançamentos para 2023, abaixo do potencial total de R$ 2,5 bilhões.

“A medida é uma forma de preservar caixa e garantir entregas de alta qualidade com os atuais projetos em construção”, avaliam.

Segundo os analistas, a cautela da empresa deve estar parcialmente associada à menor confiança do consumidor e às taxas mais altas de financiamento imobiliário.

Na contramão das três instituições financeiras, no começo deste mês o banco Safra anunciou a descontinuidade da cobertura de Moura Dubeux. O banco tinha recomendação de compra e preço-alvo de R$ 15.

Apesar disso, o Safra destacou que como pontos fortes de MDNE3 o desempenho das vendas trimestrais, que deve ser visto como um termômetro para a demanda do mercado e pode potencialmente acelerar seus lançamentos. Como também o aumento mais rápido do banco de terrenos em locais estratégicos, especialmente no Recife e em Salvador.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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