Market Makers

Frustração? Por que a XP se recusou a comprar a Avenue

02 set 2022, 17:00 - atualizado em 06 set 2022, 2:16

O mundo dos negócios é conhecido por reviravoltas.

Em mais um episódio do Market Makers, Roberto Lee, fundador da Avenue, explica o porquê da XP não ter comprado a Avenue.

A empresa de Guilherme Benchimol teve a oportunidade de adquirir a plataforma de investimentos quando Lee ainda trabalhava na corretora.

Recentemente, a XP lançou uma conta internacional. Segundo pesquisa interna, 77% dos seus clientes têm interesse de investir no exterior.

“Ela (a XP) apostou no mercado importado, naquilo que era melhor para a margem. […]. A aposta foi na importação do mercado. Vamos usar tudo que temos aqui e importar o produto. O que, do fundo do meu coração, eu batia muito nisso”, discorre.

Para ele, esse era o jeito errado, porque você não coloca o seu cliente no centro.

A solução por meio da criação de Certificados de Operações Estruturadas (COEs) é um produto mais limitado em termos de acessibilidade, mas trazia um retorno financeiro melhor para quem o vendia.

“Se você pode dar esse acesso direto, que reduz custo, e é uma extensão do seu negócio, amplia a infraestrutura brasileira. A nossa missão é trabalhar para o desenvolvimento do mercado“, conta.

A plataforma se destacou, justamente, por oferecer a possibilidade de investir diretamente no exterior, especialmente no mercado americano.

“É um absurdo investir só aqui. Importar o produto traz muito pouco dele. Na hora que leva o cliente para fora, automaticamente dá para ele o uso de um ambiente como o americano, que se desenvolveu ao longo de décadas e que dá as boas-vindas aos investidores do mundo inteiro, sabe como lidar com eles, tem seguros, tem ecossistema. Tem que conectar. Quando você importa, vai fazer negócio bom só para a plataforma”, relata.

Ele diz que isso foi um “pouco da minha frustração na XP“.

Veja o episódio na íntegra:

“Mas a história vai sempre se repetindo. Também entendo que com milhões de clientes nas costas, é mais difícil tomar determinados riscos”, destaca.

Neste ano, o Itaú Unibanco (ITUB4) comprou 35% da Avenue por R$ 493 milhões, mas pretende adquirir mais 15,1% em dois anos,  por um valor a ser determinado, atingindo o controle, com 50,1%.

A Avenue detém uma corretora digital de valores mobiliários norte-americana, constituída há quatro anos para democratizar o acesso de investidores brasileiros ao mercado internacional, e conta atualmente com mais de 229 mil clientes ativos, 492 mil contas habilitadas e R$ 6,4 bilhões sob custódia.

Resistência de brasileiro de internacionalizar a carteira

De acordo com Lee, ainda hoje o brasileiro possui certa resistência de investir no exterior.

“Antes você escutava que mandar dinheiro para fora do banco era arriscado. Lá no passado, beirávamos o ilegal. Daí você passa para “isso deve ser para milionário”. Como era na Bolsa aqui no Brasil. Mas aí você quebra essa estrutura. Depois, era difícil investir na Bolsa até que inventaram tecnologias que davam acesso ao conhecimento”, pontua.

Ele lembra que hoje as pessoas já estão aprendendo o quão simples é ter uma conta corrente lá fora e investimentos em ações, em fundos e em renda fixa.

“Nós damos tudo para os caras. Mas as pessoas ainda têm medo do fator cambial, por exemplo, com o real subindo e caindo. Mas você precisa dolarizar a sua carteira para preservá-la”, explica.

Veja o episódio na íntegra:

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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