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Futebol: Entenda como os direitos de transmissão dos jogos movimentam a indústria

25 jun 2022, 13:00 - atualizado em 24 jun 2022, 11:50
Futebol
Receitas originadas por transmissão midiática são uma das principais fontes de dinheiro para a indústria dos esportes (Imagem: Unsplash/Wesley Tingey)

A indústria do futebol movimenta bilhões de dólares em todo mundo a cada ano – e, sendo um grande produto do entretenimento, tem suas receitas geradas principalmente pela audiência.

Segundo o BTG Pactual (BPAC11), não há dúvidas de que as receitas originadas por transmissão midiática são, e permanecerão, uma das principais fontes de dinheiro para a indústria dos esportes.

O banco reforça a importância de ceder os direitos de transmissão a canais de televisão e plataformas de streaming para manter as operações dos clubes de futebol funcionando.

Só para se ter uma ideia do tamanho do negócio, as seis maiores ligas futebolísticas da Europa (Premier League, La Liga, Bundesliga, Serie A, Ligue 1 e Liga NOS), juntamente com as três principais ligas de esportes nos Estados Unidos (NFL, NBA e MLB), registraram receitas anuais por cessão de direitos para transmissão de € 20 bilhões, destaca o BTG. Só a NFL fatura € 7 bilhões todo ano.

“Isso só mostra como as receitas por transmissão são importantes na indústria de esportes, visto que elas podem impactar diretamente o potencial de geração de receita de um clube e, consequentemente, sua performance dentro do campo”, afirmam os analistas Carlos Sequeira e Eduardo Rosman, em relatório divulgado na quinta-feira (23).

No Brasil, a cessão de direitos do Brasileirão para transmissão dos jogos representa, historicamente, cerca de 50% do total de receitas (considerando receitas recorrentes, ou seja, sem transferência de jogadores). Essa dinâmica é semelhante ao que ocorre na Europa, com os direitos de transmissão representando a principal fonte de receita para as cinco maiores ligas de futebol.

Performance no campo

As receitas influenciam de maneira direta a performance dentro do campo. Dois principais fatores podem mexer com os resultados, afirma o BTG: o tamanho da receita e o modelo de distribuição do dinheiro.

“Quanto maior o preço negociado para os direitos de transmissão, maior é a receita a ser distribuída entre os times. Ainda, dependendo da maneira como os direitos são negociados, a distribuição das receitas pode ser mais equilibrada entre os times, o que ajuda a manter a competitividade e impulsionar a performance”, comentam Sequeira e Rosman.

Existem dois tipos de negociação para cessão de transmissão: a negociação centralizada e a negociação descentralizada.

Na negociação centralizada, os clubes, normalmente organizados em uma liga, negociam todos os seus direitos de transmissão juntos. Na negociação descentralizada, cada clube é responsável por negociar seus direitos de transmissão diretamente com as plataformas.

No segundo caso, clubes grandes e com as melhores performances possuem o poder de barganha mais forte, o que significa que eles acabam fechando os melhores acordos, enquanto clubes menores são deixados de escanteio. Isso cria grandes discrepâncias na geração de receita entre clubes da mesma liga, afirma o BTG.

Nova liga no Brasil

No relatório, o BTG volta a defender a necessidade de criar uma nova liga no Brasil. Na opinião do banco, a indústria do futebol no país ainda precisa melhorar seu potencial de geração de receita, sustentabilidade financeira e competitividade.

O BTG acredita que a criação de uma nova liga de futebol brasileira, seguindo o modelo europeu, poderia aumentar as receitas e reduzir a disparidade entre os clubes.

Gastos com transmissões em canais de TV, plataformas de streaming e demais veículos de mídia acabam consumindo parte da receita dos clubes, gerando pior distribuição de renda entre as equipes.

Com a criação de uma nova liga, as equipes poderiam negociar os direitos de transmissão em um pacote, aumentando o poder de barganha e, por consequência, a distribuição de receita para cada clube.

“Além disso, em um modelo de liga de futebol, a melhor distribuição de receitas permite que clubes menores invistam mais em infraestrutura e funcionários”, afirma o banco, em relatório divulgado em abril.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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