Bancos

Goldman vê risco ao status do dólar como moeda de reserva global

28 jul 2020, 10:50 - atualizado em 28 jul 2020, 10:50
Goldman Sachs GS
“Os balanços expandidos resultantes e a vasta criação de dinheiro geram temores de degradação”, disseram os estrategistas do Goldman (Imagem: Reuters/David Gray)

O reinado do dólar como a moeda de reserva global está ameaçado, como evidenciado pelo recente aumento nos preços do ouro, de acordo com o Goldman Sachs.

O dólar enfrenta vários riscos, incluindo a possibilidade de que o Federal Reserve mude para um “viés inflacionário“, o aumento da incerteza política e crescentes preocupações em torno de nova alta nas infecções por coronavírus nos EUA, segundo os estrategistas do Goldman.

“Preocupações reais com a longevidade do dólar americano como moeda de reserva começaram a surgir”, escreveram estrategistas do Goldman, incluindo Daniel Sharp.

“O ouro é a moeda de último recurso, particularmente em um ambiente como o atual, onde os governos estão degradando suas moedas fiduciárias e empurrando as taxas de juros reais para mínimas históricas.”

O rali recente do ouro destaca a preocupação crescente sobre a economia mundial. O banco elevou sua previsão de 12 meses para o ouro a US$ 2.300 a onça, de US$ 2.000 a onça anteriormente.

Enquanto isso, o índice dólar da Bloomberg caminha para o seu pior mês de julho de uma década. A queda ocorre após o acordo para o pacote de resgate da União Europeia, que puxou o euro.

Para o Goldman, o crescente nível de dívida nos EUA – que agora excede 80% do Produto Interno Bruto do país – e em outros lugares, aumenta o risco de bancos centrais e governos permitirem que a inflação acelere.

Ouro
O rali recente do ouro destaca a preocupação crescente sobre a economia mundial. O banco elevou sua previsão de 12 meses para o ouro a US$ 2.300 a onça, de US$ 2.000 a onça anteriormente (Imagem: Pixabay)

“Os balanços expandidos resultantes e a vasta criação de dinheiro geram temores de degradação”, disseram os estrategistas do Goldman.

Isso cria “uma maior probabilidade de que, em algum momento no futuro, depois que a atividade econômica se normalize, haverá incentivos para os bancos centrais e os governos permitirem que a inflação suba mais para reduzir a carga acumulada da dívida.”

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