Market Makers

‘Grande parte das empresas que quebram é por causa de boato’, diz diretor de crédito de gestora

02 mar 2023, 19:40 - atualizado em 02 mar 2023, 20:32

Após a Americanas (AMER3) ter revelado rombo R$ 20 bilhões, outros casos de reestruturação de dívidas começaram a pipocar no noticiário, como Marisa (AMAR3), Light (LIGT3) e Tok&Stok.

Para descobrir se estamos perto de vivenciar uma crise de crédito, o podcast Market Makers, comandado por Thiago Salomão e Renato Santiago, conversou com Lais Costa, analista de renda fixa da Empiricus,e Michel Rubin, diretor de crédito da M8.

Na visão de Rubin, estamos vivendo um momento de turbulência, o que é normal, diante de uma marca que até pouco tempo era considerada uma excelente companhia, com ótimos rating.

“Um dos pilares que temos no crédito é a confiança. Com a confiança quebrada, o que o pessoal faz é tirar o pé. Principalmente porque a Americanas machucou muita gente, tanto pessoa física quanto fundo de crédito”, argumenta.

Apesar disso, o gestor não vê “um momento de quebradeira”.

“Eu entendo como um momento em que algumas empresas possam se aproveitar da situação para pedir recuperação judicial, porque RJ é bom porque consegue um prazo para não pagar fornecedores”, argumenta.

Mais cedo, a Oi (OIBR3), empresa que enfrenta problemas há anos e recém saída de uma RJ, ajuizou um novo pedido de recuperação judicial perante a 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro.

Veja o episódio na íntegra:

Alerta para os FIDCs

Os FIDCs, como são chamados os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios, devem ser disponibilizados para o investidor pessoa física em abril.

Os FIDCs fazem parte da categoria de renda fixa e são um tipo de fundo de crédito estruturado que, desde a sua criação em 2001, estavam restritos aos investidores qualificados e profissionais.

E Rubin faz alerta para a “falta de análise” para investidores.

“Por exemplo, logo depois da Americanas, o pessoal começou a perguntar: dentro dos seus FIDCs, tem essa empresa? Calma, não é assim. É um caso isolado”, discorre.

Veja o episódio na íntegra:

Ele diz que no momento que existe o boato de alguém que pode ter um problema para pagar dívidas, “os caras já saem vendendo com medo de ser o último a sair”.

“Grande parte das empresas que quebram ou não pagam as dívidas é por causa de boato. Se o cara fala, não dou mais crédito para essa empresa e começa a espalhar no mercado, isso que quebra uma empresa, um boato. Tem que tomar cuidado”, discorre.

Ele cita como exemplo a Light, que contratou Laplace Finanças para reestruturar sua dívida. A ação derreteu na bolsa e investidores questionaram a viabilidade da elétrica carioca.

“Tem gente disparado por Light com dívidas que vencem em 2024, por exemplo. Tem fluxo de caixa para pagar em 2024″ completa.

Veja o episódio na íntegra:

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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