Commodities

Greves atrasam exportações de soja da Argentina

16 dez 2020, 10:03 - atualizado em 16 dez 2020, 10:03
Soja Grãos Commodities Agricultura Agronegócio
Com os atrasos, 4,5 milhões de toneladas da produção agrícola argentina estão presas na costa do país (Imagem: Reuters/Jorge Adorno)

Uma semana de greves de trabalhadores de esmagadoras e inspetores de grãos na Argentina paralisou as operações nos portos do maior exportador mundial de produtos de soja.

As greves por aumento de salários paralisam as atividades de tradings agrícolas em polos portuários no Rio Paraná e na costa do Atlântico, com 85 navios atracados sem poder carregar cargas, como farelo de soja e trigo, que chegam das fazendas, de acordo com o grupo de esmagamento e exportação Ciara-Cec. Outros 44 navios aguardam liberação.

Com os atrasos, 4,5 milhões de toneladas da produção agrícola argentina estão presas na costa do país, o que custa ao banco central US$ 50 milhões por dia em moeda forte e outros US$ 50 milhões para empresas que pagam taxas extras de logística, disse o porta-voz da Ciara-Cec Andrés Alcaraz, em entrevista na terça-feira.

As greves na Argentina – o maior fornecedor de farelo de soja para ração e óleo de cozinha – contribuíram para a alta dos futuros da soja em Chicago na terça-feira. Ainda assim, os prêmios locais mostraram pouca variação, pois os compradores têm estoques suficientes e o farelo de soja está disponível no Brasil. Isso pode mudar se a greve se arrastar.

As negociações salariais entre a Ciara-Cec – cujos membros incluem o quarteto de tradings agrícolas conhecido como ABCD – e dois sindicatos de esmagadoras de soja chegaram a um impasse na noite de segunda-feira. Os dois grupos e inspetores de grãos decidiram manter a greve na quarta-feira. Também houve protestos de trabalhadores marítimos, embora atualmente estejam em negociações mediadas pelo governo.

Piquetes de trabalhadores de esmagadoras de soja do lado de fora das fábricas impedem a entrada de outros funcionários, o que representa um risco à segurança, disse Alcaraz.

Os sindicatos na Argentina continuam fortes, um legado do movimento político peronista que assumiu o poder no ano passado. A negociação salarial em uma série de setores é difícil em meio à inflação de 36%.

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