Mercados

Ibovespa fecha em alta e flerta com 118 mil pontos pela 1ª vez desde janeiro

16 dez 2020, 18:12 - atualizado em 16 dez 2020, 19:07
Ibovespa Ações Mercados B3SA3
O volume financeiro nesta quarta-feira somou 32,3 bilhões de reais (Imagem: B3/Linkedin)

O Ibovespa  (IBOV) fechou em alta nesta quarta-feira, superando os 118 mil pontos pela primeira vez desde janeiro no melhor momento do dia e encostando na máxima histórica, com fluxo externo e blue chips ajudando a consolidar o sinal positivo em 2020.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,47%, a 117.857,35 pontos, tendo alcançado 118.178,44 pontos na máxima do dia e 115.495,75 pontos no pior momento. Agora, no ano, o Ibovespa acumula acréscimo de 1,91%.

O volume financeiro nesta quarta-feira somou 32,3 bilhões de reais, em sessão marcada por vencimento de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro.

Dados da B3 (B3SA3) continuaram mostrando entrada de estrangeiros, com o saldo positivo em dezembro mercado secundário de ações do país alcançando 8,35 bilhões de reais até o dia 14.

Mercados emergentes como o Brasil têm se beneficiado da liquidez global mais recentemente, na esteira de perspectivas otimistas para as vacinas contra a Covid-19 e definição da eleição presidencial nos Estados Unidos.

“Sem dúvidas, (o Ibovespa) tem fôlego para ir além”, afirmou o sócio e líder da mesa de renda Variável da Blue Trade, Victor Faleiros, ponderando, contudo, que a situação fiscal e a vacinação contra a Covid-19 são pontos que merecem atenção.

Desde as mínimas no ano em março, o Ibovespa sobe mais de 90% em 2020, encurtando a distância para o recorde de fechamento de 23 de janeiro (119.527,63 pontos). A máxima intradia é do dia 24 daquele mês (119.593,10 pontos).

No exterior, Wall Street trocou de sinal algumas vezes nesta sessão, com o S&P 500 ganhando algum fôlego após a decisão do banco central norte-americano, em sua última reunião de 2020 e fechando com variação positiva de 0,18%.

O Federal Reserve prometeu nesta quarta-feira seguir injetando recursos nos mercados de forma contínua contra a recessão, mesmo com as perspectivas para o próximo ano melhorando na esteira do começo da vacinação contra o Covid-19.

O banco central dos EUA reiterou o compromisso de manter sua taxa básica de juros perto de zero até que a recuperação da economia esteja concluída, bem como vinculou seu programa de compras mensais de títulos do governo a tal meta.

Na visão do estrategista-chefe do banco digital modalmais, Felipe Sichel, o comunicado do Fed trouxe poucas novidades a não ser maior ‘guidance’ sobre compra de títulos. Ainda assim, na visão dele, com bastante espaço para interpretação livre do Fed.

Ainda nos EUA, líderes do Congresso se aproximavam de um acordo sobre um projeto de lei de 900 bilhões de dólares para ajuda no enfrentamento aos impactos do coronavírus.

Em Brasília, Congresso Nacional aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2021, dando o primeiro passo para a definição do Orçamento do próximo ano, com os parâmetros e indicações de espaço fiscal para sua elaboração.

“O que trouxe um alívio para os mercados e ajudou no rali do Ibovespa neste final de tarde foi a confirmação da meta fiscal de um déficit de até 247,1 bilhões de reais”, ressaltou o analista Rafael Ribeiro, da Clear Corretora.

“Uma meta flexível, como chegou a ser especulado pelo governo, seria um retrocesso no discurso de austeridade fiscal”, acrescentou.

A B3 também divulgou nesta quarta-feira a segunda prévia do Ibovespa que irá vigorar nos primeiros quatro meses de 2021, na qual manteve a entrada de Copel, Eneva, JHSF e Unidas.

Destaques

Vale (VALE3) fechou em alta de 2,04%, renovando recorde de fechamento a 86,22 reais e intradia a 86,23 reais, na esteira do avanço do minério de ferro na China.

A Vale também estimou nesta quarta-feira compromissos de 24,7 bilhões de reais até 2057 para renovar concessões de ferrovias.

Itaú Unibanco (ITUB4) ganhou 1,89% e Bradesco (BBDC4) avançou 2,27%, endossando o desempenho do Ibovespa.

B3 (B3SA3)  terminou com elevação de 2,84%.

O presidente-executivo da B3, Gilson Finkelsztain, afirmou em transmissão online para jornalistas nesta quarta-feira que esperar manutenção do forte ciclo de IPOs no Brasil em 2021, após 27 estreias neste ano.

Petrobras (PETR4) subiu 1,22%, acompanhando a melhora dos preços do petróleo no exterior, onde o Brent fechou com elevação de 0,63%, a 51,08 dólares o barril, após dados do governo dos Estados Unidos que indicaram uma queda nos estoques da commodity no país na semana passada.

Braskem (BRKM5) avançou 5,61%. Reportagem do Valor Econômico afirmou que a Odebrecht retomará processo de venda da sua participação na petroquímica no primeiro trimestre de 2021. Em agosto, o grupo deu início às preparações para vender sua participação na Braskem.

Minerva(BEEF3) valorizou-se 4,26%, em sessão de alta no setor de proteínas, com JBS (JBSS3) subindo 3,24% e Marfrig (MRFG3) encerrando em alta de 3,26%.

A Minerva também anunciou nesta quarta-feira nova plataforma de comércio eletrônico para clientes e parceiros (B2B).

Eletrobras (ELET3) cedeu 3,36%, conforme o papel segue volátil ao noticiário relacionado à privatização da elétrica. A associação empregados da Eletrobras (Aeel) pediu na véspera criação de comissão mista no Congresso para investigar o processo.

Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4)  recuaram 1,22% e 0,58%, respectivamente, em meio a movimentos de realização de lucros, após forte valorização desde o começo de novembro.

Em evento com investidores nesta quarta, a Azul estimou que o Ebitda em 2022 deve ser superior ao de 2019.

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