Mercados

Como o Ibovespa (IBOV) se livrou de uma sangria nesta quarta?

15 mar 2023, 17:20 - atualizado em 15 mar 2023, 17:27
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Ibovespa evita derrocada nesta quarta-feira (15); veja o resumo do dia a seguir (Imagem: Bloomberg)

Contaminado pelos mercados de fora, o Ibovespa abriu esta quarta-feira (15) em forte queda, chegando ao patamar de 100 mil pontos na mínima da sessão, mas acabou se recuperando bem.

O índice de referência da Bolsa brasileira encerrou o pregão com desvalorização de 0,25%, a 102.675,45 pontos.

A aversão ao risco tomou conta dos mercados depois que o acionista de um dos maiores bancos europeus, Credit Suisse, negou elevar a participação no banco por questões regulatórias. A notícia foi mal recebida em meio ao colapso do SVB Financial Group, aumentando as preocupações de uma crise financeira semelhante à de 2008.

As ações do Credit Suisse, negociadas na Bolsa europeia, fecharam em queda de mais de 20%.

Porém, notícias de que autoridades suíças estão avaliando maneiras de estabilizar o banco deram certo alívio aos mercados.

Segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, as autoridades suíças e o Credit Suisse estão discutindo como estabilizar o banco, desde declaração pública de apoio até possível suporte de liquidez.

Thalles Franco, sócio e gestor de renda variável na RPS Capital, diz que a situação enfrentada pelos bancos preocupa bastante por conta dos Estados Unidos.

“Crise bancária começa com uma crise de confiança e depois vira uma crise real”, diz. Um ponto positivo levantado pelo gestor é que o Federal Reserve (Fed) foi rápido em agir, “senão a coisa teria sido pior”.

No caso do Credit Suisse, a crise do banco suíço preocupa mais do que o que aconteceu nos EUA, visto que o Banco Central Europeu (BCE) “tem menos bala que o Fed para controlar”, afirma o especialista.

O temor da crise bancária mexe com as expectativas em relação aos próximos movimentos do Fed. Autoridades monetárias do banco central norte-americano vão se reunir no fim deste mês para discutir os rumos dos juros do país.

A expectativa dos investidores é de que a queda dos bancos limite a alta dos juros pelo Fed. As apostas estão divididas entre a manutenção do patamar atual, de 4,5-4,75%, e um aumento de 0,25 ponto percentual na reunião.

O recuo na curva de juros em meio à perspectiva de alívio na inflação global e com a divulgação de uma nova âncora fiscal também trouxe suporte hoje.

Nesta quarta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entregou ao Palácio do Planalto a proposta da nova regra fiscal, que irá substituir o teto de gastos.

A intenção da equipe econômica de Haddad é apresentar um plano claro de controle de gastos. A princípio, a nova regra fiscal sugere usar o Produto Interno Bruto (PIB) per capita como referência para despesa.

Destaques do dia

As ações do Méliuz (CASH3) dispararam mais de 14% nesta quarta, tornando-se o destaque positivo do Ibovespa no pregão. Os investidores repercutiram os resultados divulgados pela companhia ontem à noite. Os números sinalizaram uma recuperação no lucro.

Do lado negativo, o CVC (CVCB3) recuou 6,12%, também pela repercussão de resultados. Além de ter entregado prejuízo, a agência de viagens apresentou um Ebitda bem mais fraco que o esperado.

Ações de commodities também caíram forte. CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4) estiveram entre as maiores quedas do dia. Vale (VALE3) caiu 3,01%, mesmo com o minério de ferro se mantendo acima de US$ 130 a tonelada.

As petroleiras também recuaram, com Petrobras (PETR4) caindo 1,77%%, diante da forte correção nos preços do petróleo negociados no exterior.

Os bancos operaram mistos, apesar do cenário que está se formando para o setor financeiro no mundo.

Com informações da Bloomberg.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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