Bula do Mercado

Ibovespa (IBOV) hoje: China abre o dia e vai de salvadora à vilã, mas terça-feira (16) está cheia de destaques 

16 maio 2023, 7:57 - atualizado em 16 maio 2023, 8:00
Ibovespa (IBOV) abre o dia digerindo dados de atividade na China, enquanto aguarda números dos EUA e monitora discussão sobre arcabouço fiscal (Arte: Giovanna Melo/Money Times)

A China salvou o Ibovespa (IBOV) ontem (15), mas deve derrubar o índice à vista hoje (16), um dia depois de ter superado a faixa dos 109 mil pontos, na oitava alta seguida. Isso porque os dados de atividade no país vieram fracos, apontando para uma desaceleração.    

No entanto, esse movimento não se dá apenas na China. Ao contrário, vem de lá o sinal de alerta de que o mundo está se desacelerando. Isso porque a fraqueza na demanda externa parece ser a principal culpada pela perda de tração da segunda maior economia do mundo.

A produção industrial chinesa acelerou de 3,9% em março para +5,6% em abril, em base anual. Ainda assim, ficou bem abaixo da previsão de alta ao redor de 11%. Da mesma forma, as vendas no varejo saltaram de 10,6% para 18,4%, de mais de 20% esperados. 

Ainda que o ritmo de crescimento chinês tenha ganhado força, o desempenho deve-se, sobretudo, a uma base de comparação fraca. Afinal, um ano atrás, Xangai e várias outras cidades estavam em lockdown por causa da Covid Zero, distorcendo os números de agora. 

Agenda do dia traz dados do Ocidente

Ou seja, embora o impulso da reabertura econômica ainda deva sustentar uma recuperação na China no curto prazo, a maior parte da retomada já ficou para trás. Ainda mais quando se considera o consumo externo, que está no nível mais fraco em 28 meses. 

Com isso, merecem atenção nesta terça-feira o desempenho das vendas no varejo e da produção industrial nos Estados Unidos em abril. Combinados, os dados podem dar indícios sobre os riscos de recessão na maior economia do mundo.

Logo cedo, a zona do euro anunciou os números preliminares do Produto Interno Bruto (PIB) nos três primeiros meses do ano, dando cor ao quadro da economia mundial. A isso, soma-se o impasse em torno do teto da dívida nos EUA

Os ruídos em torno da discussão entre republicanos e democratas trazem volatilidade aos mercados. Os investidores avaliam a possibilidade de um acordo sair mais tarde do que cedo, causando implicações negativas aos ativos de risco

Ibovespa também mira cena local

Ao mesmo tempo, o Ibovespa também monitora a cena local. Apesar de a agenda do dia trazer o comportamento do setor de serviços, a maior movimentação fica por conta do texto final do arcabouço fiscal

A proposta foi fechada ontem à noite e o texto deve ser votado com urgência até amanhã (17) na Câmara. Ou seja, o projeto deve ir direto ao plenário, sem passar por debates prévios em comissões. No entanto, a votação em si deve ficar para a semana que vem. 

Entre os destaques, está a preservação do aumento real do salário mínimo e o pagamento do Bolsa Família como exceções à regra. Ainda assim, haverá gatilhos, em caso de descumprimento da meta fiscal. Seja como for, o arcabouço fiscal avança no Congresso, com apoio e esforço do ministro Fernando Haddad.

Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h50:

EUA: o futuro do Dow Jones caía 0,27%; o do S&P 500 tinha queda de 0,11% e o Nasdaq oscilava com +0,02%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) tinha baixa de 0,13% no pré-mercado; entre os ADRs, os da Petrobras recuavam 0,43%, enquanto os da Vale cediam 0,64%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha leve baixa de 0,04%; a bolsa de Frankfurt subia 0,12%, a de Paris tinha +0,04% e a de Londres avançava 0,12%

Ásia: a Bolsa de Tóquio fechou em alta de 0,73%; na China, Hong Kong teve leve alta de 0,04% e a Bolsa de Xangai caiu 0,60%;

Câmbio: o índice DXY caía 0,14%, 102.29 pontos; o euro ganhava 0,17%, a US$ 1,0896; a libra subia 0,04%, a US$ 1,2535; o dólar caía 0,24% ante o iene, a 135,78 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,465%, de 3,507% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 3,975%, 4,004% na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro tinha queda de 0,49%, a US$ 2.012,80 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,11%, a US$ 71,19 o barril; o do petróleo Brent avançava 0,07%, a US$ 75,28 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (setembro) fechou em alta de 1,47% em Dalian, a 726 yuans (após ajustes).

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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