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Ibovespa: Sem commodities, qual o fundo do poço?

14 jul 2022, 16:03 - atualizado em 14 jul 2022, 16:03
Minério de Ferro Commodities Mineração
Ibovespa voltou a tombar em meio ao cenário de queda das commodities por conta do risco de recessão (Imagem: Pixabay/sarangib)

Conhecido pela grande exposição em commodities, o Ibovespa (IBOV) derreteu nos últimos meses em meio à queda do minério de ferro e do petróleo.

Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), duas das principais companhias brasileiras, possuem 25% de participação no principal índice da bolsa brasileira.

Na sessão desta quinta-feira (14), o Ibovespa tem mais um dia de baixas, chegando a cair quase 2,5% na pontuação mínima do dia, abaixo dos 96 mil pontos, com lucros decepcionantes de Wall Street intensificando os temores de uma recessão.

Qual o fundo do poço para o Ibovespa?

No primeiro semestre, as commodities foram uma das principais responsáveis pelo pico do Ibovespa, quando atingiu 120 mil pontos em abril, puxado pela guerra da Ucrânia.

Sem esse auxílio, o índice cairá mais? De acordo com analistas consultados pelo Money Times, sim.

Para Pedro Galdi, da Mirae Asset, a Bolsa pode sair ainda mais machucada com a derrocada das commodities. Porém, ele não arrisca dizer qual a pontuação mínima do índice.

“Pode ficar no intervalo de 95 mil a 100 mil até as eleições. Depois, vai depender de quem ganhar. Num cenário otimista, que o mercado goste da proposta do presidente, pode testar o alvo do mercado de 120 mil para o final do ano, mas muito difícil defender”, coloca.

Victor Benndorf, da casa de análise que leva o seu nome, observa que commodities, como proteínas e papel & celulose, continuam “estruturalmente fortes”.

“Porém, o setor de minério apresenta correções significativas. O patamar de petróleo continua atrativo. Vemos um divisor de águas do Ibovespa nos 96 mil pontos”, completa.

Na visão de Matheus Spiess, da Empiricus, estamos perto do fundo do poço. “Olhando para a Bolsa, em cenário super pessimista, o Ibovespa iria para os 90 mil pontos”, completa.

Apesar disso, ele ressalta que as commodities estão “super baratas” e, agora, “pode ser um bom momento para comprar esses papéis”.

“É claro que essas ações podem ficar mais baratas. No curto prazo, estão reagindo à queda do preço das commodities. No longo prazo, reagem ao valuation e eficiência operacional que elas ganharam ao longo dos últimos anos. Essas companhias possuem muito caixa. É atrativo ter esse setor no portfólio”, completa.

Fim do ciclo das commodities?

Com a derrocada do petróleo do minério de ferro, seria correto dizer que Bolsa está fechando um ciclo? Para a Guide Investimentos, é possível sim falar no “fim da alta das commodities”.

“As commodities costumam ter bom desempenho no fim do ciclo econômico. Tanto em 2008 quanto agora, os preços das commodities atingiram um pico cerca de seis meses depois do pico no mercado de ações. A queda das commodities possuem implicações bem claras para a inflação, política monetária e também para o mercado de ações”, coloca.

A corretora sustenta que está ocorrendo uma rotação de capital na Bolsa, com investidores deixando essas ações para entrar em setores de consumo, como varejo.

Nós últimos 30 dias, por exemplo, as empresas de commodities despencaram, enquanto papéis ligados ao consumo subiram. Magazine Luiza e Via são os exemplos mais notáveis, com disparada de mais de 25% em pouco mais de uma semana.

“Acreditamos que esta tendência deve continuar nos próximos meses e listamos alguns nomes com boas perspectivas: Cyrela (CYRE3), Lojas Renner (LREN3), Americanas (AMER3), BRF (BRFS3) e AmBev (ABEV3) além de alguns nomes que já temos em nossos portfolios como Weg (WEGE3) e Totvs (TOTS3)”, completa a Guide.

Gestores também começam a olhar com mais atenção para ações de consumo “baratas”. João Landau, da Vista Capital, afirmou durante episódio ao podcast Market Makers que está comprando ações de consumo, enquanto se desfez dos papéis da Petrobras.

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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