Bula do Mercado

Ibovespa supera risco eleitoral, enquanto exterior tem cautela antes do payroll

07 out 2022, 7:53 - atualizado em 07 out 2022, 7:53
Ibovespa
Ibovespa deslancha com risco eleitoral reduzido e se descola do exterior, mas cautela externa antes de dados de emprego nos EUA podem influenciar negócios (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa conseguiu cravar ontem a quinta alta consecutiva, com os investidores dando o benefício da dúvida às eleições. Seja quem vencer a disputa presidencial, o resultado surpreendente do primeiro turno reduz o risco eleitoral, dando às ações brasileiras o impulso que faltava para deslanchar

A composição do Congresso Nacional eleito e o apoio obtido por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) neste segundo turno mostram que ambos terão de governar mais em direção ao centro. A probabilidade de uma inclinação à esquerda, por parte do petista, ou populista, por parte do atual presidente, é bem menor.  

Com isso, os investidores vão dando o voto de confiança à busca por soluções viáveis para o crescimento econômico, com responsabilidade fiscal, a partir de 2023. É a esse cenário que os ativos locais se antecipam. Porém, isso não significa que o mercado doméstico esteja imune aos ventos contrários vindos do exterior. 

Hoje é dia de payroll

Lá fora, é grande a expectativa pelo chamado payroll. Após os dados de emprego nos Estados Unidos divulgados nesta semana, a principal questão é se o trabalho do Federal Reserve no aperto monetário está surtindo efeito na oferta de vagas.

Ao que tudo indica, uma correção nas contratações já está em curso. É o que apontam a queda nos números do relatório JOLTS e a criação de menos vagas no setor privado, segundo a pesquisa ADP, somados aos pedidos semanais de auxílio-desemprego. 

Para o payroll, a previsão é de abertura de menos vagas e alta na taxa de desemprego, com pressão inflacionária vinda dos salários. Nos números, espera-se a abertura de 250 mil novas vagas, taxa de desemprego em 3,8% e aumento anual de 5% no ganho médio por hora.

Portanto, os sinais vindos do mercado de trabalho norte-americano talvez não sejam ainda suficientes para o Fed desacelerar o ritmo de alta da taxa de juros já em novembro. No mercado dos Fed Funds, a aposta de um novo aumento de 0,75 ponto percentual (pp) na reunião segue majoritária, com 77% de chance. 

A ver, então, como ficam as expectativas após o payroll. Caso os dados de emprego nos EUA em setembro fiquem alinhados ou aquém das estimativas, Wall Street pode resgatar o forte rali neste início de trimestre, injetando combustível extra à dinâmica local. 

Do contrário, a cautela vista nesta manhã pode se transformar em uma forte onda vendedora. Resta saber se o Ibovespa e o dólar estarão blindados a este movimento. 

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h45:

EUA: o futuro do Dow Jones tinha leve alta de 0,04%; o do S&P 500 caía 0,13%; enquanto o Nasdaq tinha queda de 0,43%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 estava estável, aos 396.36 pontos; a bolsa de Frankfurt caía 0,18%; a de Paris também estava estável, enqunto a de Londres recuava 0,11%.

Câmbio: o DXY tinha baixa de 0,11%, a 112.13 pontos; o euro oscilava com +0,04%, a US$ 0,9797; a libra tinha alta de 0,28%, a US$ 1,1193; o dólar caía 0,16% ante o iene, a 144,91 ienes.

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,841%, de 3,824% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,274%, de 4,262% na sessão anterior

Commodities: o futuro do ouro caía 0,22%, a US$ 1.717,10 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI avançava 1,15%, a US$ 89,47 o barril; o do petróleo Brent subia 1,07%, a US$ 95,42 o barril.

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Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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