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Ibovespa: tombo não é culpa só de Bolsonaro; “tempestade perfeita” atinge o mundo todo. Entenda

08 set 2021, 12:51 - atualizado em 08 set 2021, 13:13
Presidente Jair Bolsonaro discursa para apoiadores em Brasília em 7 de setembro de 2021
Tensão: falas de Bolsonaro atrapalham, mas há Ibovespa também é pressionado pelo exterior (Imagem: Alan Santos/Presidência via REUTERS)

Os ataques do presidente Jair Bolsonaro ao STF (Supremo Tribunal Federal), desfechados ontem (7), e sua ameaça de não aceitar o resultado da eleição do ano que vem, caso não se adote o voto impresso, pesam bastante sobre o Ibovespa nesta quarta-feira (8). Às 12h13, o índice derretia 2,75% e marcava 114.628 pontos.

Mas, Justiça seja feita, o ex-capitão não é o único responsável pela forte queda da Bolsa hoje. “É uma tempestade perfeita, mas global”, afirma Pedro Galdi, analista de investimentos da Mirae Asset. Para Galdi, aliás, o mercado já lida com a tensão política há tempos. “Em relação aos ruídos de Brasília, não há novidade. Eles estão aí já há muito tempo”, explicou ao Money Times.

O analista ressalta que esta quarta-feira é marcada por um “sell-off global”, isto é, um movimento generalizado de vendas nas principais bolsas de valores do mundo. É verdade que cada região chegou a este ponto por seus próprios motivos.

Maré vermelha

O movimento de baixa já foi sentido na Ásia, primeiro mercado a abrir e a fechar no planeta. Por lá, o que pesou foi a repressão chinesa sobre as empresas de tecnologia. Somem-se a isso, as declarações do Banco Central da China de que deseja manter uma política monetária sóbria, sem grandes estímulos para o crescimento, e o resultado foi uma queda de 0,4% no índice CSI 300, que reúne as maiores empresas das Bolsas de Xangai e Shenzhen.

Na Europa, os investidores continuam apreensivos com a Covid-19. Além disso, o Banco Central Europeu se reúne amanhã, sob a expectativa de que anuncie uma redução no programa de estímulo econômico, na mesma linha sinalizada por seu parceiro americano, o Federal Reserve.

A apreensão pode ser vista no recuo das principais bolsas europeias. O FTSE 100, principal índice da Bolsa de Londres, caía 0,71% por volta das 12h25 (horário de Brasília). Na Alemanha, o DAX perdia 1,37%. Na França, o CAC 40 baixava 0,85%.

Por último, os Estados Unidos também inspiram cautela. Segundo Galdi, o mercado aguarda pronunciamentos de representantes do Fed, após os fracos resultados da geração de empregos, divulgados na semana passada. O cenário deve ficar mais claro, após a divulgação do Livro Bege às 15h, que traçará um panorama da economia americana neste instante. Enquanto isso, o Índice Dow Jones recuava 0,32% por volta da hora do almoço, enquanto o S&P 500 caía 0,39%, e a Nasdaq perdia 0,84%.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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