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IRB (IRBR3): Após a oferta de ações, é hora de comprar?

08 set 2022, 14:20 - atualizado em 08 set 2022, 19:28
IRB
Em relatório enviado a clientes nesta quinta-feira o banco rebaixou o preço-alvo da empresa de R$ 1,70 para R$ 1,30 (Money Times/Renan Dantas)

O IRB (IRBR3) recuperou parte das perdas com a oferta de ações. A ação chegou a subir mais de 7% na sessão desta quinta-feira (8), mas perdeu o fôlego no início da tarde, fechando negociada a R$ 1,21.

Seria esse um indicativo de que o pior para o IRB ficou para trás e é hora de comprar a ação? Segundo o BTG Pactual, não necessariamente.

Em relatório enviado a clientes nesta quinta-feira, o banco rebaixou o preço-alvo da empresa de R$ 1,70 para R$ 1,30.

Porém, os analistas Eduardo Rosman, Thiago Paura e Ricardo Buchpiguel dizem que o IRB voltou a ficar “investível” após a oferta de ações de R$ 1 bilhão.

Com isso, o trio não quer dizer que a recomendação é de compra (o BTG manteve a indicação neutra), mas que com uma nova equipe, um portfólio reciclado, melhor governança, mais capital e uma marca forte, o IRB pode ser investido novamente.

Os analistas dizem ainda que não há nenhuma outra resseguradora capaz de ocupar o lugar do IRB à frente da indústria brasileira, enquanto novo capital e uma taxa Selic mais alta devem ajudá-lo a tornar-se lucrativo novamente.

Fundo do poço?

Apesar da administração do IRB afirmar que o pior já passou, segundo o relatório, a realidade é que esse período de
transição mais difícil está demorando mais do que todos esperavam, enquanto os analistas tem pouca capacidade de prever:

  • o momento/ritmo de uma recuperação da lucratividade;
  • o novo ROE sustentável;

Para eles, os resultados do terceiro trimestre devem mostrar mais um prejuízo líquido e a BB Seguridade (BBSE3), um de seus principais clientes, está reduzindo sua exposição, prejudicando a capacidade de crescimento de prêmios do IRB.

“O novo CEO e CFO têm ótimos currículos, mas não têm experiência anterior no mercado de resseguros e apesar de um grande desconto na fita, Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) optaram por não aumentar suas participações no IRB, o que teria enviado uma mensagem mais poderosa”, dizem.

Mas por que não comprar?

O BTG ainda não gosta do risco-recompensa de investir no IRB. Na visão do banco, mesmo com a venda de imóveis e a oferta de ações, o lucro líquido do terceiro trimestre ainda trará perdas.

“Embora o follow-on seja um evento chave, não temos boa visibilidade sobre o que esperar.  Se perder o grau de investimento, poderá forçar seguradoras e resseguradoras globais a deter mais capital para operar com o IRB, atingindo lucratividade”, argumenta.

Ademais, os analistas pontuam que com todas as incertezas, o risco-retorno só se tornaria mais inclinado para o lado positivo com um grande desconto, o que não é o caso na visão do trio.

“Por isso, preferimos ficar à margem e esperar. Ainda é difícil saber como será o novo IRB (e sua rentabilidade)”, discorrem.

JPMorgan vê ação do IRB menos arriscada

No começo da semana, o JPMorgan elevou a recomendação de IRB de de underweight, que equivale à venda, para neutra.

Segundo o JPMorgan, após desabar 70% do ano, contra alta de 6% do Ibovespa, o IRB negocia a múltiplos mais consistentes.

“Após a recente correção do preço das ações, vemos o IRB sendo negociado a 0,9x BV tangível mais créditos fiscais de VPL, mais consistente em nossa visão com o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) esperado de longo prazo de 14-18% do negócio”, calcula.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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