Comprar ou vender?

Magazine Luiza (MGLU3): Aumento de capital deve desafogar balanço, mas vale comprar as ações? Veja opinião de 4 analistas

29 jan 2024, 16:51 - atualizado em 29 jan 2024, 16:51
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Analistas do mercado seguem neutro com Magazine Luiza, apesar de notícia positiva sobre aumento de capital privado (Imagem: Magazine Luiza)

A realização de um aumento de capital privado bilionário deve ajudar a desafogar o balanço do Magazine Luiza (MGLU3), a ponto de, juntamente com uma tendência contínua de expansão de margem, levar a companhia ao lucro novamente em 2024, avaliam analistas do mercado.

Apesar disso, a recomendação para as ações ainda não é de compra.

Desafios persistem para Magazine Luiza

Analistas do Bradesco BBI mantêm classificação neutra para MGLU3, apesar de entenderem que o aumento de capital chega em um momento favorável, com as taxas de juros em ciclo de queda e expectativa de melhora da originação de crédito, o que deve melhorar a dinâmica do consumo discricionário.

Da mesma forma, a Ativa Investimentos, embora leve em consideração o cenário de redução de juros e a melhora na estrutura de capital, reforça a recomendação neutra para as ações.

“Precisamos seguir acompanhando os ganhos de rentabilidade da companhia, a fim de que, além da otimização da estrutura de capital, também vejamos melhorias operacionais, contribuindo para a geração de caixa e redução da sua alavancagem”, comenta.

Enquanto isso, a XP Investimentos, que também é neutra com o Magazine Luiza, enxerga um cenário macro ainda desafiador para a demanda de bens duráveis, além de um cenário competitivo pressionado com o avanço dos gigantes estrangeiros no mercado doméstico.

  • É possível voltar a sonhar com a Magazine Luiza (MGLU3)? Varejista aprova aumento de capital privado de R$ 1,25 bilhão, e o analista Fernando Ferrer responde se notícia pode mudar o jogo para a empresa. Confira no Giro do Mercado desta segunda-feira (29):

MGLU3 tem gatilho no curto prazo, mas competição pesa mais

Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research, levanta que, seguindo os últimos dados divulgados, até setembro de 2023, o Magazine Luiza tem dívida de R$ 4,1 bilhões, desconsiderando contas a receber com cartão de crédito, o que implica um múltiplo dívida líquida/Ebitda de 3,3 vezes. Da dívida total, R$ 3 bilhões vencem já em abril deste ano, destaca.

Portanto, o aumento de capital chega para aliviar bem o nível de endividamento da companhia.

“Vale lembrar também que o quarto trimestre costuma ser um trimestre gerador de caixa. Então, possivelmente, quando a gente descobrir o resultado da empresa nas próximas semanas, ela vai estar até abaixo de 2 vezes dívida líquida/Ebitda, o que é um patamar bastante saudável”, destaca.

Na avaliação de Ferrer, o mercado está comprando a ideia de que a família Trajano está comprometida com a empresa. Investidores também estão vendo que a redução da alavancagem fará com que a despesa financeira seja reduzida em R$ 170 milhões só este ano.

“É muita redução de despesa financeira. Pode ser que a gente tenha, inclusive, números melhores a serem divulgados por conta dessa injeção de capital”, diz.

O analista avalia que, no curto prazo, as ações têm gatilho para uma recuperação, até porque foram bastante “shorteadas” (vendidas). Porém, pensando mais no longo prazo, Ferrer não está tão animado com a tese pelo mesmo fator levantado por outras instituições: a competição com players do setor com muito apetite por investimentos.

Atualmente, a Empiricus tem recomendação neutra para Magazine Luiza. A opção de compra no segmento fica para Mercado Livre (MELI34), visto que a companhia tem “bastante capital para continuar investindo”.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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