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Máquinas agrícolas: Abimaq se contenta com Plano Safra, mas vê desafios com juros, custos e conectividade

26 jul 2023, 10:58 - atualizado em 26 jul 2023, 10:58
máquinas agrícolas abimaq
Vice-presidente da Abimaq comenta sobre volumes disponibilizados pelo Governo Federal no Plano Safra 2023/2024 e faz ressalvas (Foto: Pixabay)

Há 1 mês, o Governo Federal anunciou o lançamento do Plano Safra 2023/2024, política focada em incentivos à produção do setor do agronegócio que permite que o produtor realize o custeio do novo ciclo.

E o setor de máquinas agrícolas tem uma importância significativa para que os produtores possam atingir bons índices de produtividade, principalmente nas culturas de soja e milho, que respondem pela maior parte da demanda dos equipamentos.

Dessa forma, o Agro Times conversou com Pedro Estevão, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) sobre os desafios do setor em 2023.

Plano Safra

De acordo com Estevão, da Abimaq, o volume divulgado no novo plano agrícola ficou bem acima do disponibilizado no ciclo 2022/2023, ainda que abaixo dos R$ 34 bilhões solicitados pela Abimaq.

“No ciclo passado, tivemos em torno de R$ 11 bilhões, e em 2023, se você somar os recursos do Pronaf, Pronamp e Moderfrota o volume total é de R$ 17,8 bilhões, bem acima do ano passado, ainda que abaixo do que pleiteamos. Em 12 meses, temos um faturamento de R$ 84 bilhões, assim, faltam recursos. Vemos o Governo bem sensível na hora de adicionar novos recursos, ainda que sinalizem novos aportes caso haja uma escassez, com isso, enxergamos de bom tamanho o que foi anunciado”, explica.

Para o vice-presidente da entidade, a nota negativa do novo Plano Safra fica por conta das taxas de juros.

“Apesar do Modefrota estar em 12,5% e o Moderfrota e o Pronamp em 10,5%, taxas bem abaixo do mercado, os patamares ainda são altos, claro que isso não depende do Governo e sim do Banco Central. Por outro lado, sabemos que se você abaixa muito os juros, significa que a subvenção fica maior e consequentemente o Plano Safra tem menos recursos, então sempre defendemos um volume maior, ainda que os juros fiquem maiores”, diz.

Desafios do ciclo 2023/2024

Juros

O vice-presidente da Abimaq ressalta que, entre 2020 e 2022, o setor de máquinas agrícolas contou com bons resultados em meio a pandemia de covid-19.

Assim, o setor de máquinas cresceu 17% em 2020, 42% em 2021 e 2% em 2022, um crescimento muito grande nos últimos 3 anos, segundo a Abimaq

“Por outro lado, houve um recuo de 20% no primeiro semestre de 2023 na comparação com o mesmo período do ano passado e um dos problemas é o juros. No ciclo passado, os volumes do Plano Safra se esgotaram em 2 meses e o produtor rural foi obrigado a recorrer ao mercado, com juros de 16% ao ano, o que dificulta os investimentos,” pontua.

Ainda assim, o vice-presidente prevê um alívio para os produtores no atual ciclo, em função da queda dos custos de produção.

Conectividade

O vice-presidente da Abimaq destaca os desafios com a conexão de internet nas lavouras brasileiras, já que muitas das máquinas agrícolas precisam estar conectadas à rede para operarem na sua máxima capacidade.

“As novas máquinas exigem conectividade, já que elas entregam uma maior produtividade a partir da conexão, com respostas mais rápidas e assertivas, com uma leitura ambiental”, diz.

Educação

Por fim, Estevão destaca a necessidade de educar os produtores sobre o uso correto das máquinas agrícolas.

“O uso correto não parte apenas do operador, mas também do proprietário. É preciso saber qual máquina comprar e porquê comprar, para tirar os melhores resultados na operação agrícola. Segundo estudo do Ministério da Agricultura e da Embrapa, se tivéssemos 85% da área rural do Brasil com cobertura 4G, isso resultaria em um incremento de produtividade de 4%, que representa uma fortuna”, conclui.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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