Economia

Mercado erra ao ver pressa do Fed em elevar juro, diz JPMorgan

28 out 2021, 20:36 - atualizado em 28 out 2021, 20:36
JPMorgan
“Historicamente, o Fed não seguiu outros bancos centrais menores e também não achamos que será o caso desta vez.” (Imagem: REUTERS/Eric Thayer)

De uma curva de rendimento achatada a uma rotação rápida em ações, os movimentos do mercado esta semana estão sinalizando uma convicção crescente de que o Federal Reserve vai se juntar à mudança hawkish entre os bancos centrais do mundo, elevando as taxas de juros no final do próximo ano.

Mas estrategistas do JPMorgan Chase liderados por Marko Kolanovic dizem que esse receio está errado e veem alguns fatores técnicos, como rebalanceamentos de final de mês, por trás dos movimentos.

É improvável que o aperto comece cedo – como foi precificado ontem – imediatamente após a redução das compras de títulos, e alguns meses antes de eleições importantes, escreveram os estrategistas em nota aos clientes na quinta-feira.

“Historicamente, o Fed não seguiu outros bancos centrais menores e também não achamos que será o caso desta vez.”

A curva de rendimento da dívida soberana global desabou na quarta-feira, com as taxas de 30 anos do Reino Unido na maior baixa desde março de 2020 e os rendimentos em títulos do Tesouro dos EUA com vencimento semelhante tombando, desde que o Reino Unido cortou planos de emissão e Banco do Canadá encerrou seu programa de estímulo.

Na quinta-feira, rendimentos do Tesouro de 30 anos caíram abaixo dos dos títulos de 20 anos, um sinal de especulação de que o crescimento vai desacelerar à medida que as taxas de curto prazo se movem para cima.

Ao mesmo tempo, os operadores de ações voltaram nesta semana aos papéis de crescimento, enquanto se desfaziam de ações economicamente sensíveis, como energia e empresas de pequena capitalização. Na quarta-feira, o Nasdaq 100, com forte peso do setor de tecnologia, bateu o Russell 2000 em 2 pontos percentuais, a maior diferença desde meados de julho.

No entanto, nem todos os movimentos podem ter sido impulsionados pelas perspectivas econômicas. Para Kolanovic e seus colegas, a volatilidade dos títulos refletiu um reequilíbrio no final do mês de fundos de pensão, que precisam comprar títulos de renda fixa após uma forte recuperação das ações em outubro.

Notícias de alguns fundos fechando suas posições mais inclinadas com prejuízo podem ter exacerbado a movimentação nos yields, disse ele.

Os investidores devem continuar a abraçar o trade de reflação, com as tendências da Covid melhorando e os lucros corporativos vindo melhor do que o esperado, de acordo com os estrategistas.

O movimento de ontem foi um overshooting técnico que será revertido, escreveram os estrategistas. “Os fluxos de final de mês serão feitos principalmente hoje (o efeito tende a ser pré-posicionado e terminar um dia antes do final do mês), e deve haver um forte salto em ações, yields e commodities.”

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