Economia

Mundo corre o risco de uma recessão global no final de 2023

28 jun 2022, 9:12 - atualizado em 28 jun 2022, 9:12
inflação
Retrato dos investidores: simplesmente cansados de falar sobre inflação | O Balconista (1994)

No mês passado, o chefe do Banco Mundial, David Malpass, alertou que a economia global poderia entrar em uma recessão global. Na época, ele apontou que a guerra na Ucrânia elevaria o preço dos alimentos, energia e fertilizantes.

Além disso, na época, os lockdowns na China ameaçavam para uma desaceleração econômica. Acontece que a possibilidade de uma recessão passou a ser uma preocupação do mercado como um todo. Tanto que, ontem, Roberto Campos Neto, o presidente do Banco Central do Brasil, afirmou em um evento que a grande dúvida atual é se o mundo irá enfrentar uma recessão global.

Para Marco Caruso, economista-chefe do Banco Original, essa possibilidade existe sim, mas deve acontecer só no final de 2023. “É matemática. Você tem um desafio desinflacionário muito grande, em vários países do mundo, e precisa subir os juros até que essas inflações voltem para as suas respectivas metas. E acho difícil não vermos uma recessão, exatamente por conta desse aperto de condições financeiras.”

E vai ser lá pela segunda metade do ano que vem que o mercado verá um acúmulo de juros altos em vários pontos do globo. Vamos lembrar que o Brasil já está falando no fim das altas na Selic, que deve permanecer acima dos 13% ao ano por um bom tempo. O Federal Reserve, por sua vez, já deixou claro que vai subir os juros o quanto for necessário para controlar a inflação – que é a mais alta no país nos últimos 40 anos.

Já a Europa ainda nem começou a mexer nas taxas. No começo do mês, o Banco Central Europeu (BCE) sinalizou que planejava duas altas consecutivas para as próximas reuniões. Trata-se da primeira alta de juros em 11 anos.

“Você terá quase que uma sincronização de aperto monetário no mundo inteiro e é difícil imaginar que a inflação volte à meta sem que haja uma redução razoável no Produto Interno Bruto (PIB) de alguns países”, afirma Marco.

Dá para evitar?

O economista afirma que não tem muito o que os bancos centrais podem fazer para evitar que o mundo caia em uma recessão. Isso porque, antes de atacar a possibilidade de recessão, existe um problema concreto: a inflação.

“Essa é a grande pegadinha”, afirma. Primeiro é preciso controlar a disparada nos preços, para depois ver o que faz com a economia. “Dado que o mundo desenvolvido passou muito anos sem inflação, me parece que os bancos centrais lá têm tido dificuldade de atacar esse tipo de problema, achando que ele é temporário e sem perceber que os riscos de uma inflação alta se perpetuar existem e não podem ser ignorados”, completa.

O que Marco ressalta é que alguns países, incluindo os Estados Unidos, devem fazer para evitar uma queda abrupta no PIB, ao mesmo tempo que atacam a inflação, é fazer uma convergência da inflação para a meta de forma mais lenta. “Em vez de buscar o centro da meta lá para o final de 2023, os bancos centrais vão tentar alongar esse horizonte para 2024.”

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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