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No segundo trimestre, BIT Mining lucrou US$ 445 milhões graças à aquisição do BTC.com

19 ago 2021, 17:06 - atualizado em 19 ago 2021, 17:08
Esta foi a primeira vez que as informações de rendimento de um pool de mineração apareceram em um relatório financeiro, também evidenciando a forma como pools de mineração contabilizam suas receitas nos EUA (Imagem: Pixabay/InstagramFOTOGRAFIN)

BIT Mining, empresa de mineração de bitcoin (BTC) listada em bolsa (BTCM), lucrou US$ 443 milhões em receita no segundo trimestre de 2021 — um impressionante crescimento trimestral de 150x —, graças à aquisição do pool de mineração BTC.com.

Um pool de mineração de criptomoedas é um grupo que combina seus recursos computacionais para transmitir um bloco de transações, garantindo a segurança de uma rede blockchain.

Anteriormente conhecida como 500.com, a BIT Mining, com sede na província chinesa de Shenzhen, afirmou, em um recente relatório não auditado, que 95% das receitas no segundo trimestre vieram do BTC.com, adquirido da Bitmain este ano.

Esta foi a primeira vez que as informações de rendimento de um pool de mineração apareceram em um relatório financeiro, também evidenciando a forma como pools de mineração contabilizam suas receitas nos EUA.

De acordo com o relatório da BIT Mining, US$ 422,8 milhões em receitas do BTC.com, entre 15 de abril e 30 de junho, se referem a todas as recompensas por bloco recebidas pela garantia de segurança do blockchain Bitcoin antes de distribui-las a seus clientes de mineração.

Pools de mineração são agregadores de taxas de hashes — o poder computacional usado para minerar novos blocos. Após minerarem blocos, distribuem recompensas por bloco equivalentes à contribuição na taxa de hashes de cada cliente. Geram lucro ao cobrar uma taxa de serviço de 2,5%.

O BTC.com utiliza o método de pagamento completo por participação (ou FPPS, do inglês “Full Pay-Per-Share”), ou seja, paga subsídios por bloco e taxas de transação a clientes de mineração.

Cerca de US$ 414 milhões das receitas totais da BTC.com no segundo trimestre — cerca de 98% — basicamente pertencia a seus clientes de mineração, mas foram considerados como um custo de receita “para a alocação a participantes do pool”.

Isso significa que a BTC.com só lucrou US$ 8,4 milhões para si antes de descontar outras despesas, como mão de obra ou aluguel etc.

Uma porta-voz da BIT Mining contou ao The Block que, já que as recompensas por mineração chegam ao próprio endereço blockchain da BTC.com antes de serem redirecionadas, essas recompensas precisam ser contabilizadas como sua receita total, seguindo os Princípios de Demonstrações Contábeis dos EUA (GAAP).

“De uma perspectiva contável, essa é a forma adequada de analisar se o pool opera como um método de pagamento FPPS”, afirmou Ethan Vera, cofundador e diretor operacional do norte-americano pool de mineração Luxor.

“Mineradores são fornecedores de taxas de hashes para um pool de mineração e, assim, pagamentos são representados como uma despesa, geralmente classificada como custo por bens vendidos.”

“Foi assim que nossos contadores sugeriram que nós fizéssemos, sob um método FPPS”, disse ele, alertando que, para investidores, sempre falam sobre a receita após a dedução de dividendos, já que as receitas totais podem gerar equívocos.

Em 2018, quando a Bitmain havia enviado um pedido de oferta pública inicial (IPO) em Hong Kong, especificou que, sob os padrões de Normas Internacionais de Informações Financeiras (IFPS), seus subsidiários BTC.com e Antpool geraram receita de até 5% das recompensas de mineração das atividades relacionadas aos dois pools de mineração.

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